Bancários realizam nesta quinta protesto contra a independência do BC

Em greve desde a última terça-feira (30), bancários de todo Brasil participam, nesta quinta-feira (2), de um protesto contra a autonomia do Banco Central que para a categoria dar independência ao BC é entregar nas mãos do mercado financeiro o comando da política macroeconômica do país. Os protestos acontecem em frente às representações do BC nas capitais. Participam São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belém.

A medida, que está explicitada no programa de governo da candidata Marina Silva, coordenado pela herdeira do Itaú, Maria Alice Setúbal, e que tem sido defendida pelos principais assessores econômicos de Aécio Neves, reduzem, claramente, a atuação dos bancos públicos, essenciais para o desenvolvimento do país.

Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001, também alertou para os perigos da medida: “Na melhor das hipóteses, essa posição é questionável. Na crise, os países com bancos centrais menos independentes como China, Índia e Brasil fizeram muito, mas muito melhor mesmo do que os países com bancos centrais mais independentes, caso da Europa e dos Estados Unidos”, disse em palestra recente na sede do BC da Ìndia. – See

Em São Paulo, o ato acontece em frente à sede do BC, localizado na avenida Paulista nº 1804, a partir das 15h e deve contar com o apoio das Centrais Sindicais, diversas categorias, sindicatos e entidades dos movimentos sociais.

De acordo com Sindicato dos Bancários de Brasília, “o objetivo é se posicionar contra a independência do órgão, para que o banco continue trabalhando em favor da sociedade brasileira e não a serviço da ganância do sistema financeiro”.

Com um Banco Central independente, a política econômica do país passa a ser definida pelo Banco, sem intervenção de governantes eleitos, podendo afetar diretamente as políticas sociais do governo.

O sindicato explica que, para cumprir seu papel, o Banco Central precisa estar “entrelaçado com o projeto de governo e priorize o interesse público acima dos privados”. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, apostaram numa política econômica de distribuição de renda e valorização do salário mínimo. Com essa política, o Brasil reduziu a pobreza e aumentou o emprego, mantendo a economia dentro da meta de inflação.

“A pauta do nosso ato inclui a democratização do sistema financeiro, para que não tenhamos apenas três pessoas decidindo qual o tamanho das taxas de juros e para tentar fazer uma vacina que, de fato, não inviabilize o aumento ou a escalada da inflação”, explica Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Com informações da CTB e Agência PT de Notícias