China reforçou influência na Europa

O yuan chinês não se orienta mais para a cotação do dólar em câmbios por euros. O leilão direto do par yuan-euro começou em 30 de setembro no palco de divisas chinesa e europeia.

Yuan chinês - The Telegraph

O yuan já se leiloa diretamente contra o dólar americano, australiano e neozelandês, o iene japonês, a libra esterlina britânica, o rublo russo e o ringgit da Malásia. A Europa Ocidental é o segundo maior parceiro da China. A China é para ela o primeiro parceiro asiático. Por esta causa, o presidente da Associação de Bancos Russos, Garegin Tosunyan, considera que o euro demorou evidentemente para entrar nessa lista.

“É surpreendente o fato de o leilão do par yuan-euro não ter sido começado muito antes. Ultimamente, o prestígio do yuan e sua influência no mercado financeiro são tão altos que tal tendência deveria ser considerada muito na política de todos os países. O yuan já é uma moeda bastante importante e muitos países começam a procurar meios de formação de suas reservas financeiras em yuan e a trabalhar diretamente com a moeda chinesa e não através de outras divisas”.

Por enquanto não há informações de que qualquer país está guardando suas reservas em yuan. Mas há outra tendência. Segundo os últimos dados do FMI, a quota-parte de euros em reservas de moeda estrangeira de bancos centrais no fim do primeiro trimestre do ano em curso diminuiu para 24,5%. O máximo – 28% – foi fixado em 2009.

O yuan passou a leiloar-se diretamente contra o euro após ter ultrapassado a moeda europeia há menos de um ano, tornando-se a segunda divisa pela popularidade durante transações internacionais. Agora, à frente do yuan, está apenas o dólar, mas com uma grande separação.
O yuan ocupou a segunda posição mundial graças ao avanço financeiro da China na Ásia. A moeda chinesa utiliza-se muito frequentemente nos pagamentos clearingem Hong Kong, Singapura e Austrália e, na Europa, na Inglaterra e Alemanha.

Para o aumento do peso do yuan na Europa contribui a entrada da China na bolsa de valores de Frankfurt com papéis expressos em yuan. A demanda de obrigações com um valor total de um bilhão de yuan, ou seja, aproximadamente 120 milhões de euros, ultrapassou em várias vezes a proposta. Isso aconteceu em maio e dois meses antes, à margem da visita do presidente da China, Xi Jinping, à Alemanha, o Bundesbank alemão e o Banco Popular da China assinaram um acordo fixando que Frankfurt seria na Europa o segundo centro internacional de venda de yuan, após Londres. A França também se prepara para entrar nessa lista. Na opinião de um especialista, Vladislav Belov, a moeda chinesa ajudou a bolsa de valores de Frankfurt.

“Colocando papéis de valos expressos em yuan, a bolsa de Frankfurt elevou seu prestígio aos olhos de seus principais concorrentes, em primeiro lugar, da Inglaterra. Há muito que a China se transformou numa potência econômica mundial e tenta que o yuan se torne uma das divisas internacionais. Por enquanto, porém, o volume de papéis de valor em yuan, que circulam na Europa, é mínimo. Mas as operações expressas em yuan garantem tanto lucros comerciais, como prestígio nos círculos financeiros”.

Leilões diretos do par yuan-euro irão dispensar círculos empresariais da China e dos países da zona do euro de gastos adicionais, inevitáveis em resultado de operações de câmbio através do dólar. Serão mais simples também pagamentos bancários de serviço a transações comerciais.

Nesse contexto, especialistas não excluem que a onda de absorção das principais companhias europeias por empresas chinesas seja reforçada. Essa tendência se delineou e está ganhando força no pano de fundo da crise do endividamento de muitos anos na Europa. Muitos líderes europeus na metalurgia, automobilística, eletrônica e indústria ligeira não resistem à concorrência, sendo obrigados a vender seus ativos à China.

Fonte: Voz da Rússia