Especialistas denunciam prejuízos devido ao bloqueio dos EUA a Cuba

Especialistas e acadêmicos cubanos e estadunidenses participaram de um intercâmbio por meio de videoconferência entre Havana e Washington nesta quinta-feira (9). De acordo com eles, o impacto no setor financeiro e comercial devido ao bloqueio econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos é uma política hostil impulsionada contra a ilha.

Videoconferência entre Havana e Washington - Prensa Latina

O investigador titular do Centro de Investigações Históricas da Segurança de Estado de Cuba, Andrés Zaldívar, recordou que o bloqueio estadunidense contra Cuba se fortaleceu durante a administração do presidente Barack Obama, com o endurecimento da perseguição das transações de entidades financeiras que negociam com a ilha.

“Entre 2010 e 2014, de 130 ações extraterritoriais desenvolvidas contra a nação caribenha, 81 foram na esfera financeira, o que resultou em 38 entidades multadas com um montante astronômico que totalizou mais de US$ 11,400 milhões”, disse.

Zaldívar destacou também que estas sanções se produzem, inclusive, contra entidades de países aliados aos Estados Unidos, como denota a rente multa imposta contra o banco francês BNP Paribas, ascendente a quase US$ 9 milhões.

Em declarações à imprensa, a diretora geral dos Estados Unidos do Ministério Cubano de Relações Exteriores, Josefina Vidal, afirmou que Washington mantém vigente a filosofia do castigo, de não perdoar a Cuba por ter tomado as rédeas de seu destino.

“A Casa Branca persiste nessa filosofia, pois a ilha decidiu soberanamente fazer o que considerou de interesse para seu povo sem nenhum tipo de ingerência, nem domínio estrangeiro”, afirmou.

Agregou que há um reconhecimento sobre o quanto esta política não serve para os Estados Unidos e reafirmou que se “ambos países podem conversar e se os governos, de maneira racional e civilizada, se propõem sair deste desencontro sustentado por mais de 55 anos, é possível fazê-lo”.

Já os acadêmicos estadunidenses criticaram a implantação do bloqueio econômico e afirmaram que a eliminação desta política beneficiaria a Cuba, mas também as companhias dos Estados Unidos interessadas em negociar com a ilha.

“Seria incrementadas as exportações de produtos norte-americanos até a ilha e os Estados Unidos poderia aproveitar a mão de obra qualificada que há em Cuba, além de comprar produtos como o rum e o tabaco que são muito conceituados no mercado estrangeiro”, disse o especialista Philp Meter.

O advogado Robert Muse, por sua vez, recordou desde Washington que o presidente dos Estados unidos tem todas as condições para levantar o bloqueio e normalizar as relações com Cuba.

“Se Barack Obama tivesse vontade política poderia eliminar as sanções”, assegurou o especialista ao manifestar que danificar a economia da Ilha não é positivo para o governo norte-americano.

Fonte: Prensa Latina