Na Bahia, Dilma vai ao Bonfim agradecer boa votação no estado

A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, esteve em Salvador, nesta quinta-feira (9/10), para cumprir uma agenda de atividades na capital baiana: concedeu entrevista a uma rádio, se encontrou com aliados políticos, no Museu do Ritmo, visitou o santuário de Irmã Dulce e, por último, foi até a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, a mais famosa da Bahia. Segundo a candidata, a ida à igreja foi para agradecer a boa votação que obteve no estado.

“Eu vim aqui agradecer essa votação que a Bahia mais uma vez me dá. Em 2010, tive uma votação maravilhosa aqui e isso se repetiu esse ano. Nós temos um compromisso com a Bahia e com o Nordeste e todas essas conquistas que vejo aqui [antes tinha citado obras de mobilidade, de abastecimento de água e programas sociais no estado] são uma prova de que as pessoas precisavam era de oportunidade”, afirmou a candidata, em entrevista à rádio Metrópole, pela manhã.

Dilma Rousseff teve maioria da votação em 416 dos 417 municípios baianos – só perdeu em Buararema -, conquistando uma frente de mais de 3 milhões de votos, em relação aos adversários, no primeiro turno. A expectativa, agora, é de ampliar a vantagem em, pelo menos, 4 milhões de votos, segundo o presidente do PCdoB na Bahia, deputado reeleito Daniel Almeida, que integra o grupo mobilizador baiano pela vitória da presidenta no segundo turno.

“A eleição da Dilma é essencial para o Brasil e, em especial, para o Nordeste e para a Bahia. É a garantia de que veremos continuar o caminho de desenvolvimento, principalmente por elegemos Rui [Costa, também do PT] governador. Achamos absolutamente possível ampliar os votos que obtivemos no primeiro turno para 4 milhões”, defendeu Daniel Almeida. O presidente diz acreditar que os eleitores de Marina Silva (PSB) apoiarão Dilma porque têm um perfil mais próximo dela.

Ainda na rádio, a presidenta condenou a onda de preconceitos direcionados contra os nordestinos, por conta do bom resultado do PT na região, e criticou a reação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou ser o eleitorado de Dilma composto de pessoas “menos informadas”. Para ela, o discurso de FHC é preconceituoso e elitista.

“Essa história de falar que nossos os votos são de ignorantes, como disse o FHC, mostra um desconhecimento. O povo brasileiro é informado, esperto e tem ideias próprias. Tem que ter respeito. Essa é uma forma velha de tratar o povo brasileiro. Querem destilar ódio mal resolvido”, disse. Dilma também considerou “ridícula” a tentativa de fazer uma oposição geográfica dos eleitores dela.

Para ela, não é possível fazer a distinção entre Sudeste e Nordeste, considerando que ela obteve maioria nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, por exemplo. Minas, por sinal, é o berço eleitoral de Aécio Neves (PSDB), o adversário neste segundo turno.

A candidata à reeleição também afirmou estar tranquila com o segundo turno, mesmo com os indícios de que não terá o apoio dos candidatos derrotados no primeiro turno. “É importante o apoio dos partidos, mas, em uma democracia, ninguém controla os votos da população. Sei que as pessoas vão olhar pra urna e pensar no que mudou na vida delas, nos últimos anos, e vão escolher o melhor”, disse.

Propostas

Na visita a Salvador, Dilma também reafirmou o compromisso de, com a atuação do Congresso, alterar a Constituição Federal para dar à União responsabilidades na garantia da Segurança Pública. Ela também ressaltou a intenção de aproveitar a experiência com a segurança da Copa do Mundo e promover um trabalho de integração das polícias.

Sobre a Cultura, a candidata falou da necessidade de continuar os investimentos em formação cultural como estratégia “de um país em desenvolvimento” e citou o programa Brasil de Todas as Telas, que incentiva a produção audiovisual nacional. Ela também defendeu a necessidade de se reconhecer e apoiar a diversidade das manifestações culturais brasileiras e lembrou o trabalho feito na Bahia pelo Olodum, que é mundialmente conhecido.

“Depois que eu deixar de ser presidenta quero um espaço no Olodum. Não sei se o pessoal vai me aceitar. Sou meio ‘pardinha’”, brincou Dilma. Ela ressaltou que a organização baiana “ganhou uma projeção, uma força, que são além dos governos, e isso me encanta”, finalizou.

De Salvador,
Erikson Walla