Dilma condena “uso leviano” de depoimentos da Petrobras nas eleições

A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, condenou nesta sexta-feira (10) o vazamento de depoimentos da investigação da Petrobras e o uso “de forma leviana em períodos eleitorais”. A presidenta e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, classificou hoje (10) como "muito estranho" e "estarrecedor" a divulgação dos áudios dos depoimentos de investigados da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), durante o período eleitoral.

Dilma

“Acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha, façam esse tipo de divulgação. É importante que haja de fato um interesse legítimo, real, concreto de punir corruptor e corruptores. Agora, que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta. A investigação deve ser feita sem manipulação política e sem qualquer outro tipo de intervenção”, disse em entrevista no Palácio da Alvorada.

“Tive todo interesse em ter acesso a isso para tomar as medidas cabíveis. Sei, por informação do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal, que essas informações ainda estão sob sigilo. Então, eu acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha eleitoral, façam esse tipo de divulgação”, acrescentou a presidenta.

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Dilma disse ainda que a delação premiada, para ser aceita, tem que estar baseada em provas. “O que eu suponho? Que lá esteja a maior parte das provas, que lá tenha um arco bem maior do que esse que foi divulgado. O que eu considero incorreto é divulgar parcialmente num momento eleitoral”, ressaltou.

A presidenta destacou ainda que “ninguém pode acabar com o direito de defesa”. E foi além: “Se o PT enquanto pessoas do PT erraram, se qualquer outro partido tiver pessoas que erraram, elas têm que ser punidas. É o doa a quem doer. Você não condena uma instituição. No Brasil você condena pessoas. Se alguém errou, tem que pagar”.

Dilma reafirmou a “tolerância zero com a corrupção” e destacou que foi a única candidata a apresentar proposta para acabar com a impunidade, como a transformação do crime de caixa 2 em crime eleitoral.

Engavetador da República de FHC

Ela lembrou que durante a gestão do tucano FHC, padrinho do adversário Aécio Neves (PSDB), a Polícia Federal não tinha autonomia e a Procuradoria-geral da República tinha um engavetador de processos. “Eu garanti que não houvesse esse tipo de interferência na PF e por isso a PF no meu período investigou não só os crimes de corrupção, mas lavagem de dinheiro e todos os demais crimes financeiros”, afirmou.

Nesta quinta-feira (9), o ministro do STF, Teori Zavascki, negou acesso aos depoimentos de Paulo Roberto Costa solicitado pela CPMI da Petrobras, pela presidenta Dilma Rousseff, por meio do ministério da Justiça, e pelo governador do Ceará, Cid Gomes, que foi citado por Costa, segundo reportagem da revista IstoÉ.

Com informações do Brasil 247