ONU demonstra preocupação com violência em Brazzavile

Importantes funcionários das Nações Unidas manifestaram nesta sexta-feira (10) preocupação pelo ressurgimento da violência na República Centro-Africana, onde nos últimos dias intensificaram-se os choques na capital, Bangui.

Seleka - Patrick Fort / AFP / Getty Images

Em um comunicado, o secretário geral Ban Ki-moon chamou ao fim das hostilidades e ao respeito ao acordo do dia 23 de julho em Brazzaville para deter os confrontos no convulsionado país, sacudido desde dezembro de 2013 pela violência interétnica entre milícias muçulmanas e cristãs.

Só a solução política pode completar com sucesso a transição para a paz duradoura e a estabilidade, reiterou.

Ban condenou em seu pronunciamento o ataque de ontem contra a Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca), ação na qual morreu um capacete azul e vários ficaram feridos.

Segundo o diplomata, os assassinatos de civis e de integrantes de forças de paz são inaceitáveis, e os responsáveis devem ser submetidos à justiça.

Nesse sentido, instou as autoridades de transição a tomarem as medidas necessárias para garantir o cumprimento do alto de fogo atingido depois de meses de choques armados entre ex-rebeldes Séléka (muçulmanos) e as milícias cristãs anti-Balaka, com saldo de milhares de mortos e centos de milhares de deslocados.

Por sua vez, o representante das Nações Unidas para a República Centro-Africana, Babacar Gaye, recusou o torque de violência nas ruas de Bangui e pediu aos atores do conflito negociar um processo de desarmamento.

A ONU ativou a Minusma no dia 15 de setembro, em uma tentativa por deter os confrontos interétnicos no país, onde até esse momento os estados africanos encabeçavam a ação das tropas de paz estrangeiras.

A França também enviou soldados a sua ex-colônia pouco depois de desatada a crise, intervenção questionada sob o argumento de que a Paris só se preocupava com os interesses de suas empresas.

Fonte: Prensa Latina