Professores de MG denunciam descaso dos tucanos com a educação

Os professores de Minas Gerais denunciam o descaso da administração tucana não só com educação, mas também com saúde, segurança pública e outros setores importantes. Quem conhece de perto as propostas de Aécio Neves colocadas em prática pode falar com propriedade sobre uma administração que fracassou.

choque de realidade - Reprodução

A nota do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/MG) intitulada “O que Aécio fez em Minas serve para o Brasil?”, denuncia a administração desastrosa dos tucanos em Minas Gerais: o choque de gestão que demitiu milhares de funcionários públicos, além da desvalorização dos trabalhadores, a redução de investimentos em saúde e educação, o salário dos professores abaixo do piso nacional e o congelamento de carreira.

“Ao assumir, ele promoveu o choque de gestão, com a ideia de que o Estado deveria gastar menos com a máquina administrativa e mais com as pessoas, e que o Estado equilibraria as suas contas. Após 12 anos, o saldo é extremamente negativo. O Estado não cuidou das pessoas, temos problemas estruturais nas áreas de saúde, educação e segurança pública, não temos políticas que cuidam da nossa juventude, que combatam a violência, as drogas e que promovam a educação e o ingresso no mercado de trabalho”, diz anota.

Os professores ainda acusaram a administração tucana de fazer “programas sociais de vitrine” que servem apenas para propagandas políticas e não atingem, de fato, a maioria da população. Há ainda a acusação de implantação dos programas do governo federal com outros nomes.

De acordo com a nota, o governo do PSDB deixou de investir mais de R$16 bilhões em saúde e educação, isso porque não cumpriu a Constituição Federal que estabelece o mínimo de investimento de 12% dos impostos em saúde e 25% em educação. O método utilizado para fazer investimentos abaixo do estabelecido é a “administração criativa”, que consiste em incluir o orçamento de aposentadoria na conta total, medida que infringe a Constituição.

Apesar da obrigatoriedade de investir pelo menos 25% dos impostos em Educação, em 2003 Aécio investiu 22,84%, em 2004 investiu 21,69%, em 2005 investiu 21,34%, em 2006 investiu 18,66%, em 2007 investiu 18,73%, em 2008 investiu 20,97%, em 2009 investiu 20,28% e em 2010 investiu 19,97%. Em nenhum ano cumpriu a Constituição.

A diretora geral do (SindUTE/MG), Beatriz Cerqueira, denunciou mais uma série de irregularidades do governo tucano ao Brasil de Fato. Segundo a professora, a administração do PSDB pode ser qualificada como “um governo que não cumpre aquilo que assina”.

Ela dá o exemplo de uma grande greve realizada em 2011, onde os professores fizeram uma paralização geral por 112 dias para exigir o pagamento do piso salarial. O governo assinou o acordo de que pagaria o piso e depois de dois meses parou de cumprir e provou uma nova forma de remuneração. Junto a esta medida, veio também o congelamento de carreira, que consiste em estagnar o desenvolvimento profissional dos professores. Não importa quanto ele estude e se qualifique, o salário será sempre igual, não há avanço progressivo da carreira.

Para garantir espaço para essas denúncias na imprensa, o sindicato passou a fazer publicações pagas em jornais do estado. A coligação “Todos Por Minas”, encabeçada pelo PSDB já enviou oito representações ao TRE contra o sindicato devido aos anúncios. A diretora diz que as peças do sindicato não citam nome de ninguém, nem coligação ou sequer partidos.

“O que a coligação está tentando fazer com as ações contra o SindiUTE é nos impedir de dialogar com a população. E é uma tentativa de mordaça, anti-democrática. E o mais incrível é que eles não se incomodam com o conteúdo, não se incomodam em ter uma escola funcionando num posto de gasolina, funcionando num motel, ou de ter um milhão de jovens sem direito à educação.
Acho lamentável a forma como o TRE tem se comportado, favorável à representação”, diz Beatriz.

O candidato eleito no primeiro turno em Minas Gerais, Fenando Pimentel, conversou com alguns professores denunciaram o descaso da atual administração, um deles fez até questão de mostrar o contracheque ao futuro governador onde prova que o salário líquido recebido por um professor do Estado é apenas R$1.014.

Confira o vídeo da conversa dos professores mineiros com o futuro governador Pimentel: 


Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho