Crise em SP: ANA denuncia Sabesp por captação ilegal de água 

A água da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira vem sendo retirada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), mesmo sem o aval das agências reguladoras e contrariando a liminar do juiz da 3ª Vara Federal de Piracicaba, de acordo a Agência Nacional de Água (ANA).

Crise água - Foto Montagem

Uma vistoria feita no reservatório Atibainha, um dos cinco que compõem o sistema, às 17h de terça-feira (14), mostrou que o nível armazenado estava 38 centímetros abaixo da cota limite autorizada pela ANA. O Atibainha tinha, naquele dia, 776,62 metros de profundidade, enquanto o mínimo permitido é 777 metros.

As informações constam de ofício enviado pelo presidente da ANA, Vicente Abreu, ao superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Alceu Segamarchi Junior.

A ANA encontrou irregularidades na divulgação da medição feita pela Sabesp. No dia 14, a companhia informava que o reservatório Atibainha estava em 777,02 metros, em vez dos 776,62 metros encontrados na vistoria. “Constata-se que os dados do sistema da Sabesp estão divergentes daqueles verificados em campo”, diz o documento.

No ofício, a ANA pede ao Daee que tome “providências cabíveis em caráter de urgência, devido à rigorosa estiagem na região”. Também é solicitada uma nova vistoria conjunta entre a ANA e o Daee para verificar a real situação dos demais reservatórios do Cantareira.

No último dia 10, a Sabesp enviou pedido às agências reguladoras para começar a captar a água da segunda cota do volume morto. O requerimento diz que a operação integrada do sistema equivalente “compensará as possíveis retiradas do reservatório Atibainha”.

O pedido não foi autorizado pela ANA, que exigiu da Sabesp informações sobre quais seriam os novos níveis limite para os reservatórios Cachoeira e Jaguari-Jacareí. Segundo o documento, para o uso da água do reservatório Atibainha, é preciso propor uma nova cota limite, acima dos limites já autorizados, nos reservatórios Jaguari-Jacareí e Cachoeira

A Sabesp precisa considerar, também, a liminar da Justiça de Piracicaba e atestar que o uso da segunda cota não prejudicará a vazão necessária para que a água chegue por gravidade à bacia do Rio Piracicaba.

Morador desvia caminhão e distribui água para vizinhos em bairro da capital paulista

O motorista de uma empresa que trabalha com destinação de resíduos da construção civil desviou um caminhão-pipa da firma e pagou cerca de R$ 78 do seu próprio bolso para distribuir 16 mil litros de água mineral a seus vizinhos, no Jardim Novo Pantanal (zona sul), na manhã de ontem.
O bairro está há três dias sem água.

Inicialmente, o proprietário da empresa, Anderson Herrmann Hudson, 37 anos, pensou em demitir o funcionário, chamado de Fábio Bahia.

“Fiquei bravo duas vezes. Primeiro ao ver pelo rastreador do caminhão que ele desviou da rota. Depois, porque ele não me disse o que iria fazer”, disse.

Após o motorista explicar a atitude desesperada para garantir água a sua vizinhança, Hudson mudou de ideia e disse que vai reembolsar o funcionário.

“Minha empresa tem que servir à comunidade. E não vejo melhor maneira que essa, de levar água a quem precisa, em meio a essa crise que estamos vivendo”, disse.

Após manifestação, caminhão-pipa leva água a moradores de Itu

Moradores do bairro Cidade Nova, distante 13 quilômetros do centro da cidade de Itu, receberam água na manhã desta terça-feira (14) de caminhões-pipa da concessionária responsável pelo abastecimento no município, a Águas de Itu. A população sofre com a falta de água desde fevereiro, e a maioria dos moradores relata não ter água nas torneiras há pelo menos 15 dias.

Na noite desta última segunda-feira (13), eles fizeram mais uma manifestação na entrada do bairro, bloqueando as rodovias Waldomiro Corrêa de Camargo (SP-79) e Santos Dumont (SP-75). O protesto começou por volta das 17h e seguiu até as 23h, segundo os moradores. Pela manhã, ainda se via restos dos pneus e entulhos queimados em uma barricada.

Com agências