Inmet emite alerta sobre possível onda de calor em todo o RS
Metais pesados e agrotóxicos foram detectados na água já tratada pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande, que abastece as torneiras da população dos municípios de São Bernardo, Diadema e de metade de Santo André, todos pertencentes ao ABC paulista.
Entre janeiro e julho deste ano, o número de reclamações por falta de água na capital paulista aumentou 49% em relação ao mesmo período de 2014, chegando à marca de 153,8 mil protestos encaminhados à Sabesp. A pior situação é a de São Mateus, na zona leste, que teve aumento de 238% nas reclamações, indo de 1.405 para 4.750. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação pelo site Fiquem Sabendo e revela que a chamada redução de pressão vem afetando cada vez mais pessoas na cidade.
Os baixos níveis dos reservatórios têm levado cidades do interior paulista a adotar o racionamento de água. Pelo menos dez municípios do interior já estão com restrições na distribuição. Em Araras, onde vivem aproximadamente 119 mil pessoas, estão sendo feitos cortes no abastecimento duas vezes por semana. Parte da cidade fica sem água nas terças e quintas-feiras, a outra metade nas segundas e quartas-feiras.
A resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) que estabelece as prioridades do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) foi publicada nesta segunda-feira (17) no Diário Oficial da União. O documento servirá para orientar órgãos e entidades do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos na elaboração dos planos plurianuais federal, dos estados e do Distrito Federal, para o período entre 2016 e 2019.
Durante todo o dia, representantes de Israel, dos Estados Unidos e da Austrália apresentarão experiências de seus países na gestão de recursos hídricos destinados ao consumo humano e ao uso na agricultura. Algumas dessas experiências poderão ser implantadas em regiões brasileiras, já que deram bons resultados em regiões desérticas daqueles países.
O governo do estado de São Paulo diz estar agindo para evitar o racionamento de água, adotando medidas como a política de descontos, o uso do volume morto, redução da pressão e obras emergenciais, mas para especialistas em meio ambiente, o que o governo está fazendo são paliativos que não vão resolver definitivamente o problema.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) afirmou que a falta de água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista e relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou as alegações e disse que era "impossível" prever a estiagem de 2014.
Nos próximos dias 20 e 21, a população paulista poderá levar ao Ministério Público do Estado (MP-SP) relatos, documentos, informações ou qualquer outro subsídio que possa auxiliar na instrução de dez inquéritos que investigam as causas, consequências e responsabilidades sobre a falta de água que atinge São Paulo desde o ano passado.
Há 48 anos, desde que criou a disciplina de hidrologia e manejo de bacias hidrográficas, Osvaldo Ferreira Valente afirma que convive com “a frustração de ver a produção de água ainda ser tratada com alta dose de empirismo e de soluções do tipo ‘salvadoras da pátria’”.
A secretaria de saneamento Básico do Município de Mauá (Sama) diz que tem usado caminhões-pipas para garantir o abastecimento em alguns bairros da cidade que fica na região do ABC paulista. De acordo com a autarquia, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) reduziu o volume de água para o município dos 1,2 mil litros por segundo (l/s) fornecidos em 2014 para 965 l/s neste ano. Em 2013, os 450 mil habitantes da cidade eram abastecidos com 1,5 mil l/s.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) prepara um novo reajuste para este ano, o terceiro desde dezembro. Desta vez, a companhia quer repassar aos clientes os 7,5% da receita bruta obtida na cidade que é obrigada a depositar no Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura para execução de obras.