Seminário debate educação profissional e tecnológica no campo

Começou nesta quarta-feira (29) o 1º Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica do Campo na Rede Federal, o evento reúne movimentos sociais camponeses, entre eles a Contag; representantes dos Ministérios da Educação e Cultura (MEC) e Desenvolvimento Agrário (MDA), além de reitores de institutos federais de todo o país.

Seminário sobre educação tecnológica no campo - Contag

O seminário é resultado de uma articulação dos movimentos com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), e um desdobramento da negociação da pauta do último Grito da Terra Brasil, onde a Contag questionou a adequação de programas como o Pronatec à realidade do campo.

A ideia é reunir os ofertantes dos cursos, os demandantes e o público alvo, no caso os Institutos, os Ministérios e os movimentos, respectivamente, em uma conversa onde as propostas e experiências são socializadas e utilizadas como base para a construção de uma proposta articulada entre os participantes, visando caminhos para a real implementação da educação profissional e técnica no campo.

Os participantes debateram os dados apresentados pela Setec sobre o balanço feito a respeito da educação profissional frente aos desafios do Plano Nacional da Educação. A Saf/MDA apresentou o contexto da agricultura familiar e as expectativas para a formação profissional desse público; enquanto a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) também apresentou um balanço federal.

Já a Contag colaborou como debatedor deste painel, representada pelo secretário de Políticas Sociais, José Wilson Gonçalves. “Foi um debate muito rico, e todas as falas reforçaram a necessidade de criação de uma politica pública de formação técnica especifica para o campo. Há uma convergência entre os Ministérios e os movimentos sobre o que precisa ser feito, fundamentada no que já foi conquistado até agora”, avaliou.

Neste primeiro momento, o MEC questionou o papel dos Institutos e reitores para além de fazer formação, mas serem também indutores de diálogo, articulação, construção de demanda, abertura de diálogos com os sujeitos e adequações à realidades locais.

A pedagogia da alternância, realizada em alguns Institutos Federais, é considerada a metodologia mais adequada à realidade do campo. A Contag mesmo já realiza uma experiência positiva em parceria com o Instituto Federal da Bahia (IFB), e é um dos exemplos apresentados. “O que fizemos até agora foram paliativos para construir uma referência de que tipo de formação queremos e que modelo e arranjos que precisamos fazer”, destaca José Wilson.

A atividade encerra nesta sexta-feira (31) com trabalhos realizados em grupo, cujo objetivo é repassar as informações adquiridas durante os dias de debate, para retirar proposições que melhorem e fortaleçam a realidade da formação técnica de jovens e adultos do campo, da floresta e das águas.

Mariana Serafini, da redação do Vermelho
com Contag