Mostra de cinema África Hoje presta homenagem a Nelson Mandela 

A mostra de cinema África Hoje, que nesta terceira edição homenageia Nelson Mandela, começa nesta terça-feira (4) e vai até o dia 12, no Instituto Moreira Salles, na Gávea, zona sul do Rio. Serão exibidos 16 filmes, entre longas e médias metragens, a maioria inédita no circuito comercial.

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De acordo com a coordenadora da mostra, Mariana Marinho, a programação contempla documentários que ampliam a compreensão sobre A África. “Nesses três anos nós conseguimos um público bastante fiel, interessado em saber um pouco mais sobre esse continente tão diverso culturalmente e com temas, problemáticas e cultura tão similar e com tanta identidade com a cultura brasileira. Nessa mostra a maioria dos filmes são ligados à África do Sul, estamos fazendo uma homenagem a Nelson Mandela, são filmes que provocam reflexão, com tema como a música, poesia, política”.

A mostra traz um panorama da produção contemporânea de documentários africanos, com produções de cineastas da França, de Madagascar, Portugal, Moçambique, Angola, do Congo, da Suíça, de Burkina Faso, da Tunísia e dos Estados Unidos. Entre os destaques, estão os filmes Jeppe numa Sexta e Soweto em Surf, ambos retratando aspectos culturais, sociais e econômicos da África do Sul pós-apartheid. Na abertura, será exibido Vou Cantar a Ti, que mostra a origem africana do blues com o músico Kar-Kar.

Mariana explicou a escolha de Mandela como homenageado desta edição. “A gente resolveu fazer uma homenagem depois da morte dele, é uma programação que homenageia a luta dele pela igualdade racial, pelo movimento todo e pela liderança que ele fez e representou tão importante para o continente. Eu acho que a gente está em um momento bem propício também para falar de liderança, igualdade, preconceito, acho que são temas importantes”.

O líder sul africano tem a história de luta pela liberdade contada em vários filmes, entre eles, Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação, sobre sua vida, e Contagem Regressiva, que mostra os bastidores da política e dos movimentos populares nos dez dias anteriores à eleição de Mandela para a presidência da África do Sul, em 1994. Outros líderes africanos também estão na mostra, com os filmes Capitão Thomas Sankara, Amílcar Cabral e Kadafi e Nosso Melhor Inimigo.

A coordenadora destaca que a mostra é uma oportunidade rara para se ter acesso à produção cinematográfica africana, que, apesar da qualidade, não é muito difundida. “A gente tem muito pouco acesso às produções africanas. Normalmente esses filmes passam pelos circuitos de festivais internacionais, são exibidos em cinemas de arte da Europa. Enfim, mas a gente não tem acesso a esse tipo de material, embora seja um material muito interessante, e bons filmes”.

Depois do Rio de Janeiro, a mostra vai para o Cine Belas Artes, em São Paulo, de 20 de novembro a 3 de dezembro. A programação completa está disponível no site da Mostra África Hoje.

Com informações da Agência Brasil