Sindicatos e oposição culpam governo espanhol por desemprego

Sindicatos e a oposição na Espanha atribuíram à política oficial o aumento do desemprego em mais 79.154 pessoas em outubro, como informou nesta terça-feira (4) o Ministério de Emprego e Segurança Social.

Espanha - AFP/Getty Images

A central sindical Comissões Operárias opinou que o aumento demonstra que está longe da realidade o discurso triunfalista do governo, diante da fragilidade da recuperação e da dependência da economia das atividades turísticas de temporada.

"Quando acaba o verão e desaparecem as atividades de temporada, o emprego temporário cai e os dados voltam ao negativo", expressou em nota de imprensa Ramón Górriz, secretário da Ação Sindical e Emprego dessa organização de classe.

A União Geral de Trabalhadores, por sua vez, considerou que três meses consecutivos de aumento do desemprego demonstram a desaceleração da economia espanhola frente à pretendida recuperação.

Uma declaração do sindicato afirma que está se criando emprego vinculado à temporada e subemprego e exigiu que se reforce a proteção ao desemprego, em particular aos parados há muito tempo.

O representante federal de Economia e Emprego do Esquerda Unida, José Antonio García, considerou que o governo é incapaz de controlar a deterioração do mercado de trabalho e os estímulos econômicos não corrigem os efeitos da reforma trabalhista.

Ao chamar a atenção para que em outubro só 8,75% dos contratos foram não temporários e, deles, quase a metade são por jornada parcial, a Esquerda Unida advertiu sobre a necessidade de criar emprego de qualidade.

Além disso, o porta-voz parlamentar do Partido Socialista Operário Espanhol, Antonio Hernando, considerou um dado ruim a alta do desemprego, acompanhada de uma diminuição do ritmo de afiliação à Segurança Social.

A evolução do desemprego, sublinhou, aumenta a incerteza e as dúvidas sobre a suposta recuperação da economia.
Fonte: Prensa Latina