Parlasul declara apoio à soberania da Argentina sobre Malvinas 

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou, nesta segunda-feira (10), declaração de “firme respaldo” aos “legítimos direitos” da Argentina na disputa com o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul, além dos espaços marítimos circundantes.

Parlasul declara apoio à soberania da Argentina sobre Malvinas - Agência Senado

Em sessão extraordinária dedicada unicamente ao tema, com a presença dos ministros de Relações Exteriores da Argentina e do Uruguai, o parlamento ressaltou o “permanente interesse” dos países da região por uma solução “pacífica e definitiva” para essa questão.

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A declaração aprovada também considera necessário cumprir os objetivos propostos pela Resolução 41 de 2011 da Assembleia Geral das Nações Unidas, que considera as ilhas uma Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul e manifesta oposição à presença militar do Reino Unido na região, por ser “contrária à busca de uma solução pacífica da disputa de soberania”.

O Parlasul manifestou ainda seu repúdio a operações não autorizadas pelo governo argentino de exploração de hidrocarbonetos na plataforma continental daquela região.

Em seu pronunciamento aos parlamentares, o chanceler argentino, Héctor Timernan, criticou a decisão do governo do Reino Unido de promover licitações para a contratação de empresas que poderão promover a exploração de petróleo na região. Ele condenou ainda a crescente militarização das ilhas pelo governo britânico.

“O imperialismo segue com novas roupas, mas com a mesma essência”, disse Timerman, ao pedir a manutenção da unidade dos governos da região em defesa da soberania argentina das ilhas ocupadas pelo Reino Unido.

O ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, considerou a situação das ilhas como um “caso de recolonização”. Ele defendeu a busca de uma solução “pacífica e definitiva” da questão e observou que, ao contrário de outras colônias e ex-colônias, a população local não é composta por habitantes nativos da área, mas sim por pessoas provenientes da potência colonial.

Por isso, ele não considera legítima a manifestação da população local em favor do domínio britânico sobre as ilhas. “O Uruguai acredita que uma população transplantada não tem o direito à autodeterminação que têm os povos subjugados”, afirmou Almagro.

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) lamentou que o tema das Malvinas não seja ainda muito discutido no Brasil. Mas ele ressaltou que a decisão tomada nesta segunda-feira foi de um parlamento regional – e não apenas nacional. Com isso, a seu ver, manifesta a solidariedade dos demais países do Mercosul à Argentina.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado