Betinho substitui Costa e Silva no nome da Ponte Rio-Niterói 

A Comissão de Cultura aprovou, nesta quarta-feira (13), a mudança do nome da Ponte Rio-Niterói, que cruza a Baía da Guanabara, no estado do Rio de Janeiro (RJ). A ponta passa a ser denominada de Ponte Herbert de Souza – Betinho, substituindo o nome do ditador Costa e Silva, segundo mandatário da ditadura militar, no fim da década de 1960, que até então dava nome à ponte.

Betinho substitui Costa e Silva no nome da Ponte Rio-Niterói

Para a deputada Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara, não se pode permitir uma homenagem a um ditador e a um período vergonhoso da nossa História. “Não cabe mais homenagem a indivíduos que, notadamente, tenham cometido crimes e perpetrado violações de direitos humanos no período da ditadura. É necessária a reconstrução da narrativa oficial. Nada mais justo à memória de Betinho e à memória do povo brasileiro a mudança do nome da atual ponte”, defendeu.

O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que agora dará nome à ponte foi vítima da ditadura e, perseguido, acabou exilado. Sua volta ao Brasil está simbolicamente associada à Anistia Política.

“A escolha do Betinho deve-se à sua incansável luta pelos direitos humanos no período ditatorial e pela sua condição de símbolo dos exilados e da anistia. Retornando ao país, Betinho empenhou-se pela dignidade das populações vulneráveis e foi incansável na luta contra a discriminação aos portadores do HIV”, justificou Chico Alencar no projeto.

A mudança do nome também atende orientação do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). O documento prevê que não mais sejam dados a logradouros públicos nomes de indivíduos que notadamente tenham cometido crimes e perpetrado violações dos direitos humanos no período da ditadura (1964-1985).

O projeto ainda será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, se aprovado, seguirá para o Senado.

Da Redação em Brasília
Com agências