Irã defende estratégia de Economia de Resistência e maior abertura

O Irã defendeu, nesta quinta-feira (27), a viabilidade de sua chamada Economia de Resistência como estratégia para garantir sua prosperidade e reduzir o impacto das sanções ocidentais, mas enfatizou a urgência de buscar uma maior cooperação internacional.

Bandeira do Irã

O analista Nader Bahmani disse que o governo do presidente Hassan Rouhani concede especial atenção à referida política e está decidido a trabalhar em estreita coordenação com o Majlis (parlamento) para solucionar as dificuldades do país.

Nomeada como Economia de Resistência pelo líder supremo da revolução islâmica, aiatolá Ali Khamenei, a estratégia é avaliada como "um elemento essencial que pode ajudar a enfrentar as sanções internacionais, se for assumida com vontade e visão de nação", indicou.

Bahmani estimou o plano como sendo essencial para implementar políticas macroeconômicas e dinamizar a economia, bem como reduzir sua vulnerabilidade diante das contingências externas e das alternâncias do mercado mundial.

O Irã, afetado por sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela ONU, para pressioná-lo a frear seu programa nuclear, pretende com essa nova visão reduzir sua dependência da renda petroleira, também afetada por medidas punitivas.

Segundo Bahmani, a administração de Rouhani prevê usar outros recursos e diminuir custos adicionais para também ajudar a amenizar as dificuldades materiais, e nesse sentido, tem concebido, a curto e médio prazos, planos comerciais, agrícolas e industriais dentro da Economia de Resistência.

As declarações do representante do governo aconteceram após o alerta feito pelo ex-presidente iraniano Mohammad Khatami diante dos professores e estudantes universitários para ilustrar o caminho que toma e os desafios que o país persa enfrenta em várias áreas, incluída a econômica.

"É impossível fechar as portas do país ao mundo e conseguir ao mesmo tempo avanços e progressos", disse Khatami ao indicar que o desenvolvimento nacional pressupõe cooperação internacional e uma abertura, sem que isso implique renunciar aos princípios da república islâmica.

Para exemplificar a aplicação extrema das sanções ocidentais, o vice-chefe comercial da aerolinha estatal Iran Air, Mohammad Reza Khoshnevisan, recordou que certos países europeus continuam se negando, há três anos, a reabastecer com combustível os aviões iranianos.

"Inclusive, se uma aeronave aterrissa na Europa com um pneu arrebentado, os gerentes do aeroporto europeu não lhe dão sequer uma ajuda para trocá-lo", acrescentou Khoshnevisan, ao contrastar que "empresas como Lufthansa e Alitalia podem receber facilmente o combustível necessário em solo persa".

Fonte: Prensa Latina