México: Mais de 60 corpos encontrados e jovens seguem desaparecidos

A nova vala foi descoberta no município de Chilapa, a apenas uma hora de distância da Escola Rural de Normalistas de Ayotzinapa, onde estudavam os jovens desaparecidos em setembro. De acordo com a polícia, são homens com idades entre 20 e 25 anos, que não foram identificados. As autoridades ainda não conseguem informar se descoberta está relacionada ao caso dos estudantes.

Fontes da Procuradoria de Guerrero confirmaram que os corpos foram abandonados na região, depois de um confronto na noite anterior entre grupos rivais do crime organizado. As forças de segurança mantêm cercado o local onde estão trabalhando os peritos criminalistas. Ao lado dos corpos foi deixada uma mensagem direcionada a uma das gangues locais.

Não é a primeira vez

Desde que as buscas pelos estudantes começaram, há dois meses, só no estado de Guerreiro já foram encontrados mais de 60 corpos enterrados em fossas comuns. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, um organismo autônomo do governo mexicano, em 2013, pelo menos 123.470 pessoas foram sequestradas no México. Mais de 22 mil desapareceram desde 2006.

O problema da criminalidade no México nunca esteve tão escancarado e o presidente Enrique Peña Nieto enfrenta duras críticas diante de sua dificuldade para encontrar uma solução. No país, segundo informações publicadas pela BBC, 93,8% dos crimes não são investigados.

Uma onda de protestos teve início depois do desaparecimento dos estudantes, cobrando ações do governo contra a impunidade. Familiares das vítimas alimentam a esperança de que os jovens ainda estejam vivos e exigem que as autoridades continuem as buscas.

Onde estão os estudantes de Ayotzinapa?

No ínicio de novembro, o procurador-geral do México, Jesus Murillo, anunciou que os 43 estudantes desaparecidos desde setembro foram mortos por uma gangue de traficantes. A informação, foi obtida no depoimento três supostos integrantes do grupo "Guerreiros Unidos" detidos pela polícia na cidade de Iguala, no sul do país.

A identificação dos corpos é um processo longo, já que os traficantes queimaram os corpos por mais de 12 horas antes de atirar seus restos mortais num rio em sacos plásticos, de acordo com o depoimento dos suspeitos. Os estudantes continuarão considerados oficialmente desparecidos até a conclusão dos exames de DNA.

De quem é a culpa?

Policiais de Iguala afirmaram que o prefeito de Iguala, José Luís Albarca, deu ordens para a violenta repressão ao protesto dos estudantes para que eles não interrompessem um comício que sua esposa, Maria Piñeda, faria na cidade no mesmo dia.

O caso provocou a renúncia do governador Angel Aguirra. Mas a situação mais complicada é a do prefeito licenciado, que foi preso na Cidade do México, após uma tentativa de fuga.

Acompanhe a cronologia dos acontecimentos:

Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações da BBC, AFP, Agência Brasil e Voz da Rússia