Petrocaribe: Integração energética de novo tipo

O acordo energético da Petrocaribe, esquema de integração de novo tipo com 19 países em suas filas, ganha protagonismo em um meio onde a economia internacional mostra prognósticos de crescimento em torno de 3% em 2014.

Por Mario Esquivel*, na Prensa Latina

Petrocaribe: Integração energética de novo tipo - Reprodução

Para o ministério venezuelano de Relações Exteriores, o inovador desse mecanismo criado em 2005 está no funcionamento sob os princípios de solidariedade, complementariedade econômica e respeito entre seus integrantes.

Assim mesmo, Petrocaribe é um acordo inédito no mundo, ao deixar para trás a orientação colonial que afetou às nações do Caribe.

Esta ferramenta constitui ademais um espaço onde debatemos nossos problemas e falamos o idioma do objetivo comum de procurar as soluções necessárias.

Por isso, ocorre a disposição da Venezuela de apoiar sua continuidade apesar da tendência à baixa que caracteriza na atualidade ao mercado petroleiro mundial.

O balanço desde seu surgimento foi interessante, ao agrupar a países que têm em conjunto uma extensão de cinco milhões de quilômetros quadrados, com uma população de 102 milhões de habitantes.

Graças ao acordo, o Produto Interno Bruto (PIB) marcou no período de 2005 a 2012 um crescimento de 24,3%, até chegar aos 355 bilhões de dólares.

Unido a isso, o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, afirmou que sem a Petrocaribe os pequenos Estados do Caribe insular tivessem sucumbido ante a crise econômica, tomando em conta que desde sua criação se garantiu o fornecimento de 301 milhões de barris de petróleo e derivados.

Esse volume, expressou, equivale a 40% dos requerimentos energéticos da região, com uma faturação por vendas próxima a 28 bilhões de dólares. Desse total, já se cancelaram uns 16 bilhões 800 milhões de dólares e, como parte dessa quantidade, três bilhões sob a modalidade de compensação.

Ademais, os avanços no gerenciamento do acordo permitiram a execução de 432 programas sociais com um investimento de três bilhões 944 milhões de dólares.

O gerenciamento do acordo permitiu também a criação de 14 empresas mistas, com o qual as nações manejam de maneira soberana seus próprios recursos energéticos.

A sua vez, os estatal Petróleos da Venezuela (Pdvsa) assinalou que desde o 2005 à data se impulsionaram diversas iniciativas para saldar a dívida social.

Dessa forma, estão em marcha projetos sociais, sócio-produtivos, agrícolas e alimentares.

Entre os lucros mais emblemáticos encontram-se a execução de projetos em matéria de infraestrutura, recepção, armazenamento e distribuição de petróleo e modernização de complexos refinadores.

A iniciativa de união caribenha incorpora, junto aos acordos de fornecimento, programas de poupança de energia, bem como facilidades para gerenciar créditos e intercâmbio de tecnologias.

Durante este período, pelo intercâmbio de petróleo por bens e serviços fortaleceram-se as nações caribenhas que durante anos foram vítimas dos abusos do capitalismo.

Agora se impõe fortalecer a zona econômica da Petrocaribe, como uma necessidade de passar do intercâmbio energético ao relacionamento produtivo para promover a complementariedade entre as nações do bloco.

Os eixos dessa estrutura de cooperação estar nos âmbitos de transporte e comunicações, turismo, encadeamento produtivo, turismo, comércio e integração.

Em 29 de junho de 2005 os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba), junto com outros 12 chefes de Estado da América Central e do Caribe, fundaram a Petrocaribe.

A finalidade do esquema integracionista está em estreitar as relações entre países irmãos, bem como potenciar seu desenvolvimento em matéria de petróleo e seus derivados.

A aliança ficou constituída nesse momento por 14 nações, entre elas Antiga e Barbuda, Bahamas, Belize, Cuba, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, República Dominicana, San Cristóbal e Neves, Santa Luzia, San Vicente e As Granadinas, Suriname e Venezuela.

Em 2007 somaram-se Haiti, Honduras e Nicarágua, um ano depois fazer Guatemala, e no 2014, El Salvador.

*Correspondente da Prensa Latina na Venezuela