EUA investigam padrasto de Michael Brown por incitar motim em Ferguson

Porta-vozes da polícia na cidade de Ferguson confirmaram que Louis Head, padrasto do adolescente Michael Brown, assassinado em agosto passado, está sob investigação "por incitar os motins" que sacudiram o condado de St. Louis.

Louis Head

O porta-voz do departamento policial, Shawn McGuire, fez o anúncio na terça-feira (2) à noite, através de um e-mail enviado a vários meios de comunicação, onde explica que Head incitou um motim no dia 24 de novembro, após divulgada a decisão judicial que exonerou o policial branco que assassinou Brown com seis tiros.

O suposto chamado ao motim pelo padrasto de Brown teria sido pouco antes de um grupo de manifestantes começarem a quebrar janelas, incendiar edifícios públicos e automóveis.

Servidores públicos da polícia do condado de St. Louis disseram que estavam "analisando" os comentários de Head, como parte de uma investigação mais ampla sobre a violência generalizada depois da decisão do grande júri.

Segundo a polícia, no dia 24 de novembro, pouco antes das 20h30, enquanto centenas de manifestantes estavam reunidos fora da delegacia escutando o veredito, Louis Head abraçou a sua esposa, a mãe de Brown, Lesley McSpadden, ambos em cima de um automóvel, e começou a gritar "Queimem estes cães lá embaixo!".

O senador estadual Jamilah Nasheed, um democrata de St. Louis, que apoiou os manifestantes pacíficos, disse que temia que uma investigação sobre os comentários de Head tornasse mais difícil o avanço do de reconciliação com a comunidade.

"É realmente lamentável, porque estamos tentando sanar, e sinto que é apenas colocar mais lenha na fogueira", disse Nasheed.

Após vários dias sem protestos violentos em Ferguson, o governador Jay Nixon anunciou ontem que a Guarda Nacional de Missouri terminaria suas operações na região.

Nixon não informou o calendário para a retirada dos militares, se limitando a dizer que aconteceria uma "redução sistemática" da Guarda Nacional, que vigia hospitais, shoppings, subestações de serviços públicos, delegacias de polícia e de bombeiros.

Até esta terça-feira (2) eram mantidos 1.268 soldados da Guarda na região.

Fonte: Prensa Latina