Rússia reforça defesa na região do Ártico

O Comando Unido Estratégico Norte, quinto Distrito Militar russo dotado de suas próprias forças terrestres, navais e aéreas e situado para além do Círculo Polar Ártico, ficou oficializado e já cumpre missões, destacam os meios jornalísticos locais.

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Como núcleo para esta nova estrutura combativa servirá a Frota Russa do Norte, cujos navios integrarão as unidades marítimas deste corpo armado, comenta o jornal oficial Rossiyskaya.

Sem revelar a composição exata do novo comando, o jornal informa que além da Frota do Norte, incluirá várias unidades dos Distritos Militares Oeste, Centro, Sul e Leste, vinculadas à proteção do Ártico desde antes e que agora mudarão de jurisdição.

Desde outubro, a Rússia destacou em suas ilhas do Ártico unidades do Exército integradas ao Grupo Tático Único, armadas com inovadores meios de guerra como os sistemas de foguetes costeiros Rubezh e os complexos antiaéreos de míssil-canhão Pantsir-S1.

Fontes militares informaram que, igualmente, avança a formação do componente terrestre do novo comando estratégico, integrado por duas brigadas árticas que devem estar em plena disposição combativa antes de 2016.

Mikhail Mizíntsev, chefe do Centro Nacional de Defesa, declarou recentemente que Moscou construirá no Ártico 13 aeródromos, um polígono de aviação, colocará vários radares e postos de comando da Força Aérea.

Por sua vez, o presidente Vladimir Putin anunciou no dia 25 de novembro que para aperfeiçoar a composição e estrutura das Forças Armadas, em 1 de dezembro estaria operativo um comando estratégico unificado no Ártico.

Especialistas militares tinham advertido que apesar da fortaleza dos quatro comandos existentes até agora, o nível da segurança militar no flanco norte estava atrasado em relação a outras regiões do estado eurasiático por razões geográficas, históricas e climáticas.

A Rússia desembarcou em setembro módulos pré-fabricados para montar 34 edifícios destinados a tropas na ilha ártica russa de Wrangel e no cabo de Otto Shmidt, confirmou o serviço de imprensa do Distrito Militar Oriental.

A fonte citada por Novosti identificou o complexo castrense com o nome de Estrela Polar porque terá forma estelar e permitirá aos militares deslocarem-se livremente sem necessidade de sair à intempérie, com o que mitigarão as condições invernais.

O relevo costeiro russo no Ártico estende-se a 22.600 quilômetros -duas vezes maior que esse tipo de costa do resto do mundo- e cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país procede dessa região, segundo fontes governamentais.

Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, alertou sobre o interesse nesta área de países como Estados Unidos, Canadá, Islândia, Noruega e Dinamarca, incluída a mobilização militar, que tem aumentado drasticamente.

Fonte: Prensa Latina