Trabalhadores se reúnem às vésperas da entrega do relatório da CNV

A dois dias da entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para a presidenta Dilma Rousseff, o grupo de trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” realizou um ato sindical unitário na manhã desta segunda-feira (8), no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.

GT dos trabalhadores - CTB

O GT é composto por dez centrais sindicais entre elas a CTB e colaborou nas investigações sobre as perseguições, torturas e mortes da classe trabalhadora no período ditatorial.

Representando a Central, o secretário-geral Wagner Gomes, que foi preso em 1982 quando era dirigente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, alertou “É preciso saber a verdade sobre o golpe de 1964 para continuar lutando por um Brasil soberano, livre e em paz”, disse.

Em nome da CTB, parabenizou o resultado do trabalho e toda a luta dos trabalhadores que tombaram por um Brasil democrático.

A coordenadora do grupo de trabalho, Rosa Cardoso, afirmou que esta é uma grande vitória para a população. Ela destacou o pioneirismo da CNV ao indicar os autores dos crimes de lesa humanidade. “Recomendamos que a auto anistia não pode ser aplicada em quem cometeu estes crimes”, informou.

Rosa lembrou ainda que “a classe trabalhadora foi o alvo primordial deste golpe […] nunca se viu uma articulação tão profunda entre o privado e o público”. Ela denunciou ainda a militarização nas empresas e insistiu na responsabilização civil de empresas que colaboraram diretamente com os o regime militar. “Queremos justiça e reparação, não nos contentamos com a verdade”, finalizou.

Durante o ato foram divulgadas as recomendações do GT para a CNV. Também foi assinado pelos dirigentes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), Clodismith Riani e Raphael Martinelli e pelas centrais um requerimento que foi entregue para um representante do Ministério do Trabalho e Emprego para o levantamento das intervenções nos sindicatos.

Também participou da atividade a procuradora-regional da república e presidenta da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga que denunciou a resistência do judiciário para a punição dos crimes de lesa humanidade. “Esperamos que o Supremo Tribunal Federal acorde e assuma sua responsabilidade”, sublinhou.

Participaram do ato os representantes de cada central que compõem o GT, além do coordenador do Projeto Memória da Oposição Metalúrgica de São Paulo, Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP), Sebastião Neto e o presidente da Comissão Estadual da Verdade “Rubens Paiva”, Adriano Diogo.

Fonte: CTB