Raúl Castro defende unidade durante Cúpula da Alba

O presidente de Cuba, Raúl Castro Ruz, inaugurou neste domingo a 13ª Cúpula da Alba, no 10º aniversário da fundação deste mecanismo de integração regional.

O mandatário cubano recordou que há exatamente uma década nasceu a Alba como resultado do trabalho político e da vontade integradora dos comandantes Hugo Chávez Frías e Fidel Castro Ruz, que foram os artífices desta época de mudanças que hoje nossos povos e suas vanguardas políticas protagonizam.

Naquele momento, rememorou Raúl, ainda não tinha sido sepultada a Alca, uma invenção dos Estados Unidos que despertou o rechaço em nossa América, e ao mesmo tempo emergiam governos revolucionários e progressistas que realizavam o sonho dos próceres da independência latino-americana.

O presidente cubano igualmente fez alusão aos 20 anos do primeiro encontro de Fidel e Chávez, que foi também o nascimento de uma amizade entranhável baseada na identificação de ideias e metas, e que teve grande influência na região e nos processos emancipadores.

A criação da Alba, expressou Raúl, que depois se transformou em tratado de comércio, emergiu também da amizade entre a Venezuela e Cuba e a solidariedade de nossos povos sustentada em princípios de complementaridade, referendados na declaração conjunta de dezembro de 2004.

A posterior adesão de Nicarágua, Bolívia e Equador e as incorporações de Dominica, Antigua y Barbuda e Santa Lucía, que enriquecem a aliança com a perspectiva singular do Caribe, consolidou este esquema de integração e ampliou suas projeções, apontou; ao mesmo tempo, destacou como uma conquista a incorporação, durante este encontro, de Granada e San Cristóbal y Nieves.

O mandatário cubano também se referiu à importância da recente Cúpula Caricom – Cuba, na qual foram avaliados aspectos que afetam a região em meio à complexidade do cenário atual com graves ameaças à paz, os enormes desafios das mudanças climáticas e a crise econômica sistêmica.

Nesse contexto, ressaltou, é importante respaldar o Caribe na exigência de um tratamento justo e diferenciado em matéria econômica e outros âmbitos, de acordo com suas características. “Estes países devem receber em condições preferenciais a cooperação para seu desenvolvimento e a Alba tem demonstrado isso com fatos”, afirmou.

Sobre as conquistas da Alba, que são inegáveis, Raúl sustentou que esta tem sido também um pilar na independência e soberania dos povos que a integram, e se converteu nem uma plataforma onde se conciliam audazes posições comuns. “Nossa voz é escutada e reconhecida em todo o mundo, sempre em defesa das causas mais justas”, enfatizou.

Entre os resultados alcançados nestes dez anos o presidente cubano citou os três milhões de pessoas de 10 países que recuperaram a visão graças à Operação Milagre; um milhão de pacientes diagnosticados e atendidos depois do estudo genético e psicossocial das pessoas com deficiências, os cinco milhões que foram alfabetizados mediante o método Sim, eu posso.

Igualmente, mais de 23.000 médicos foram graduados como fruto desta colaboração e são notáveis os resultados no esporte e na cultura.

Quanto ao Sistema Único de Compensação Regional, Sucre, e ao Banco da Alba, Raúl disse que seu principal aporte foi a contribuição à criação de uma nova arquitetura financeira da região e apontou que se trabalha em uma zona complementar Alba – Petrocaribe – Mercosul.

Da mesma maneira se deve continuar trabalhando em importantes assuntos de interesse regional e internacional que requerem concertação entre nossos países, assim como aprofundar nos projetos econômicos de interesse comum e seu impacto social, expressou.

“A obra da Alba nestes dez anos nos permite enfrentar em melhores condições os atuais e futuros desafios”, afirmou, acrescentando a necessidade de continuar aperfeiçoando programas e projetos em matéria econômica e, sobretudo, a sustentabilidade dos mesmos, com racionalidade e eficiência. “Devemos fazê-lo com a convicção de que por seus resultados nossa aliança é uma alternativa real ao modelo hegemônico que se afunda sem saída visível”, destacou.

A solidariedade e o respaldo à Venezuela, e a condenação à intenção dos Estados Unidos de estabelecer sanções contra esse país também se tornaram patentes nas palavras de Raúl, que desejou que o governo bolivariano continue avançando apesar da resistência dos que conspiram e desestabilizam, em aliança com poderosas forças internas e externas, para tratar de desviar os povos de seu caminho e derrota-los.

Os princípios de solidariedade, justiça e libertação têm plena vigência junto a nossa vontade de nos unirmos em nossa diversidade, disse Raúl, que recordou ainda as palavras de Martí de que diante do plano de debilitar-nos e dividir-nos, oponhamos o plano de fortalecer a unidade, e que nesse empenho nada nem ninguém nos desviará, como como disse Chávez.

Fonte: Granma