África do Sul herdou problema energético do apartheid, diz presidente

Os problemas no fornecimento de energia que afetam hoje a África do Sul são consequência de irregularidades ocorridas durante o regime do apartheid e não culpa do governo atual, afirmou o presidente do país, Jacob Zuma.

Conferência Climática - Dennis Barbosa/G1

“Durante aquela administração a rede elétrica foi estruturada para servir sobretudo a determinada parte da população, onde vivia a minoria branca”, assinalou Zuma em um pronunciamento, no último sábado (13), em Cape Town, ante delegados da Jovem Liga Comunista.

Segundo ele, “o governo herdou a companhia energética e a logística do governo anterior e temos trabalhado duro para resolver esta situação”.

Zuma afirmou que em duas décadas, após o fim do regime segregacionista, foi entregue eletricidade a 11 milhões de lares, o dobro do ocorreu anteriormente.

“Ademais nosso governo continua tomando medidas para fazer frente à situação atual com o desenvolvimento das centrais de Medupi e Kusile, nas províncias Limpopo e Mpumalanga, para ampliar a potência da rede”, apontou o líder sul-africano.

O gabinete ministerial do Presidente informou que se reunirá de maneira extraordinária na próxima semana para analisar o tema da crise elétrica que ameaça escurecer a temporada natalina sul-africana.

A junta dos principais servidores públicos estatais no governo nacional está prevista para quarta-feira (17) e quinta-feira (18), e em primeiro lugar tratará de responder queixas cidadãs de múltiplos municípios a respeito dos danos particulares ocasionados pelos blecautes.

Especialistas da Câmara Sul-africana de Comércio e Indústria advertiram o Executivo que a grave situação derivada do instável fornecimento energético é atualmente o maior risco para as previsões de crescimento econômico no país austral.

A África do Sul foi afetada na semana passada pelos piores cortes em massa de eletricidade em seis anos, enquanto a maior companhia energética nacional, Eskom, enfrenta sérias irregularidades logísticas.

Fonte: Prensa Latina