Boa marcha econômica da África do Sul nas vésperas de 2015

A economia da África do Sul entrou em uma etapa de resultados positivos em vários setores, e o governo do Congresso Nacional Africano (CNA) aproveita a tendência para multiplicar seus programas de assistência social.

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Durante o mês de novembro a República Sul-Africana ficou como o quarto país de mais rápido crescimento da economia digital, atrás da China, Malásia e Tailândia, e o primeiro no continente africano.

As estatísticas foram reveladas em Johannesburgo no contexto de uma conferência de especialistas neste setor e após uma pesquisa que avaliou a capacidade mercantil de cada nação para apoiar e fomentar o comércio digital e os pagamentos eletrônicos.

Neste continente, África do Sul emergiu no primeiro posto, a frente do Egito, Quênia e Nigéria. Segundo especialistas, o grande avanço do país para a economia digital atribui-se ao rápido aumento na proporção de habitantes com acesso à Internet e dispositivos móveis.

O relatório mostrou que quase 90% da população adulta tem acesso a um telefone celular. Em uma economia de rápido desenvolvimento como a África do Sul, o comprador médio pode alcançar seu varejista favorito através dos canais físico, de Internet e o telefônico móvel, explica o relatório.

De acordo com a fonte, África do Sul está no caminho correto e a evolução de seu índice digital tem tido um arranque vertical em itens como oferta, demanda, inovação e instituições.

Adicionalmente evidenciou que os rendimentos totais gerados pela indústria de alimentos e bebidas aumentaram em termos nominais em 5,4% na taxa interanual até setembro, segundo informou o Bureau Nacional de Estatísticas Econômicas (BNE).

Um especial crescimento anual positivo registrou-se nas vendas de alimentos (6,4%) durante o mesmo período analisado em termos de preços correntes, precisou o relatório da fonte especializada.

A pesquisa sobre alimentos e bebidas é uma sondagem mensal que cobre uma amostra importante de empresas públicas e privadas que pagam impostos envolvidos com a preparação de comidas para consumo imediato, explicaram especialistas do BNE.

Além disso, informou-se que a produção mineira da África do Sul aumentou em 5,3% na taxa interanual até setembro de 2014 a partir de uma queda revista de 9,2% em agosto passado.

Este aumento deveu-se principalmente à produção de ferro, com uma contribuição de 5,7 pontos percentuais, carvão, que contribuiu com 1,8 pontos, e manganês, que representou 1,2 pontos percentuais.

Os setores da mineração e as manufaturas metalúrgicas integram 20% do produto interno bruto nacional e seu rendimento é um indicador chave nas perspectivas de expansão industrial do país.

O ministro de Finanças Nhlanhla Nene apontou que “a consolidação fiscal não pode ser adiada. Já está em marcha nas nove províncias e esperamos que a despesa total deste ano seja menor que o prevista devido a uma projetada ativação da reserva sem atribuir em conta”, sublinhou.

Adiantou que as previsões para o crescimento econômico anual foram reduzidas até 1,4 por cento, ainda que o Tesouro Nacional acredite que este item se recuperará até 3% em 2017.

No campo da chamada indústria sem chaminé, Johannesburgo e Cape Town ficaram em primeiro e segundo lugar na lista de melhores cidades destinos turísticos da África.

O estudo classificou 132 cidades em todo mundo em termos de chegadas de visitantes internacionais e seu comportamento de despesa na indústria do lazer. Prevê-se que 4,3 milhões de pessoas tenham visitado Johannesburgo no final de 2014, um aumento de 4,9% sobre os quatro milhões do ano passado.

A maioria dos viajantes para a cidade sul-africana procedem de Londres, Frankfurt, Harare, Maputo e Paris e gastam a cada ano cerca de três bilhões de dólares.

Há três semanas o Conselho Empresarial de Turismo da África do Sul (CET) confirmou um plano estratégico de cinco anos para elevar em 1,5% a contribuição da indústria do lazer à economia nacional.

A instituição corporativa também planeja converter a Nação do Arco-íris em um florescente ator global neste setor de mercados, e consolidar um destino competitivo e acessível para a maioria das linhas de viajantes internacionais.

A mesmo tempo o governo sul-africano em colaboração com empresas do setor privado lançou o Programa de Desenvolvimento de Habilidades, para benefício de milhares de pessoas de comunidades historicamente desfavorecidas em zonas rurais. A iniciativa busca garantir capacitação profissional na área da agricultura.
O programa é financiado pelo Fundo Estatal pró Emprego e tem sido estrategicamente desenvolvido para combater o desemprego e apoiar a transformação dos camponeses em produtores comerciais.

Se desbloqueamos as potencialidades deste segmento populacional, a cota de mercado deste setor nas exportações se moverá desde os atuais 5,1% no produto interno bruto até quase 9%.

No final de outubro, a Presidência da África do Sul ativou um Programa Nacional Estendido de Obras Públicas (PEOB), que aponta para a criação de seis milhões de empregos em cinco anos.

Um comunicado do chefe de Estado, Jacob Zuma, explicou que o plano tem seus antecedentes em iniciativas estatais similares já em vigência desde 2004 e destinadas a frear os altos níveis de desemprego no país austral.

“Entre 2004 e 2009 – recordou o presidente – estabelecemos um milhão de oportunidades de trabalho, e no período posterior, até este ano, mais de 90% de nossos objetivos econômicos foram alcançados”, explicou.

A administração nacional dirigida pelo CNA anunciou também a próxima implementação de um fundo financeiro especial para apoiar empresas do setor informal, sobretudo no âmbito municipal.

“A iniciativa foi respaldada pelo Grupo de Trabalho Presidencial de Análise Social e busca otimizar um crescimento inclusivo de todas as comunidades na economia do país”, afirmou o porta-voz do presidente Zuma, Mac Maharaj.

O Grupo de Trabalho Presidencial, composto em maior medida por ministros, vice-ministros, especialistas, sociólogos e líderes governamentais ou empresariais, avaliou a implementação dos planos de ação em áreas cruciais como educação e infraestrutura.

O porta-voz recordou o compromisso de Zuma de que sua administração trabalhará junto com o setor privado para eliminar os obstáculos ao investimento, promover o crescimento e construir uma sociedade mais próspera.

Fonte: Prensa Latina