Presidente venezuelano conclama a consolidar rede de intelectuais

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez no último sábado (13) um chamamento a buscar novos caminhos para consolidar a Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade (Redh), que completou 10 anos de existência.

Redh 2014 - Jonathan Manzano | Correo del Orinoco

Ao encerrar o 10º encontro dessa organização, que teve por cenário o Quartel da Montanha, em Caracas, o presidente venezuelano explicou que esse desafio é chave diante dos diversos planos do modelo neoliberal e da estratégia imperial para desestabilizar os povos progressistas.

Maduro chamou a articular este movimento de intelectuais com as comunidades, a juventude, os camponeses, empresários e a classe operária, entre outros setores.

Ele lembrou que a rede completa 10 anos, assim como mecanismos de integração como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), cujos forjadores e parteiros são os mesmos: o falecido presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o líder da revolução cubana, Fidel Castro.

O atual presidente venezuelano assinalou que naquele momento a luta era bastante difícil, quando Washington e seus aliados tentaram impor à região a Área de Livre Comércio para as Américas (Alca), que era uma via moderna de dominação colonial.

O mandatário também reconheceu em toda esta etapa o exemplo e o heroísmo de Cuba, com indicadores de referência e entre os mais altos do mundo em educação e saúde, apesar de um bloqueio dos Estados Unidos há mais de cinco décadas, que mais cedo ou mais tarde será eliminado, sentenciou.

Igualmente, Maduro manifestou sua solidariedade com o povo norte-americano em suas lutas pela paz e contra a discriminação e o racismo perante um Estado que classificou como policialesco e belicista. Em outra parte de seu discurso, Maduro agradeceu a solidariedade dos intelectuais com a Venezuela, um povo e um governo decididos a batalhar por sua independência.

Explicou como, com a dor que significou a prematura perda do presidente Hugo Chávez, na Venezuela se constrói com muito esforço o Estado das missões e as Grandes missões sociais, em meio a ataques da ultradireita para derrocar o governo com métodos violentos.

Nessa política hostil dos inimigos da revolução bolivariana, condenou a guerra econômica e o contrabando, e chamou a denunciar os Estados Unidos pelos novos métodos de extração de petróleo (fracking) que danificam a crosta terrestre para impactar os mercados de óleo cru.

Maduro denunciou o bloqueio e a perseguição financeira contra seu país por parte de representantes da oligarquia e a direita venezuelana que faz lobby em Washington para destruir o país.

O líder bolivariano também condenou as recentes sanções aprovadas no Congresso estadunidense contra funcionários públicos por supostas violações dos direitos humanos e exigiu respeito à Venezuela como país livre e soberano.

Segundo o presidente, em meio a esses ataques, o governo trabalha sem descanso na transição econômica-produtiva para um novo modelo que gere riquezas. “Vamos sair vitoriosos", asseverou.

Para alcançar esses objetivos, agregou, o país conta com o Plano da Pátria (2013-2019), um pensamento econômico, uma estratégia, e também recursos e alianças como a Alba, o Mercosul, os Brics e países como China, Rússia e Brasil, entre outros.

O chefe de Estado elogiou a Declaração Política do 10º Encontro da Redh que destaca o caráter soberano dos processos políticos que as nações da América Latina dirigem.

No texto, que ratifica o caráter anti-imperialista da organização cultural, faz-se um chamamento à solidariedade com várias causas do continente, como o fim do bloqueio estadunidense a Cuba e a libertação dos três patriotas cubanos encarcerados nos Estados Unidos há mais de 16 anos.

O documento também manifesta a solidariedade com as famílias dos 43 normalistas desaparecidos em Ayotzinapa, México; e o respaldo à independência de Porto Rico e à libertação do lutador Oscar López Rivera, entre outras ações.

A Redh que reuniu em Caracas 131 delegados estrangeiros de 35 países e 150 venezuelanos, apoiou também a legítima demanda da Bolívia para sua saída ao mar, e repudiou as ações dos fundos abutres na Argentina e os ataques israelenses contra a Palestina.

Prensa Latina