The New York Times defende mudança de política dos EUA para Cuba

O jornal The New York Times (NYT) defendeu mais uma vez uma mudança na política de sanções que os Estados Unidos mantêm contra Cuba, em um editorial que encabeça sua página de opinião nesta segunda-feira (15).

Sede do New York Times

Depois da publicação, entre outubro e novembro, de seis textos similares sobre as relações entre ambos os países, o jornal novaiorquino põe foco agora no panorama econômico cubano, que vive um processo de atualização e transformações conduzido pelo governo.

Em seu artigo Cuba's Economy at a Crossroads (A economia de Cuba em uma encruzilhada), o NYT – cujo editorialista Ernesto Londoño visitou recentemente Havana em viagem de trabalho – descreve esta "era de transformação para a economia da ilha", em que os cidadãos começaram a "criar formas de sustentação que não estão completamente sujeitas ao controle do Estado".

Além disso, assinala a emergência de "um intenso debate sobre o futuro da economia do país", no qual apontaria para um gerenciamento mais sustentável nesta esfera, sem comprometer a estabilidade do país ou criar desigualdade.

No entanto, o NYT sustenta que até o momento "a administração (do presidente norte-americano, Barack) Obama tem observado as reformas com ceticismo" e "tem feito relativamente pouco para começar a levantar a rede de sanções que os Estados Unidos impõem a Cuba há décadas".

O jornal sugere que o presidente estadunidense poderia influir no ecossistema econômico cubano – onde já há quase 500 mil empregados do setor privado – "ao flexibilizar sanções mediante passos que podem ser tomados unilateralmente pelo setor executivo" e, de igual modo, "colaborar com o crescente número de legisladores que apoiam a expansão de relações comerciais com Cuba".

Mais ainda, o NYT afirma que "a Casa Branca poderia iniciar o processo eliminando Cuba da lista do Departamento de Estado de países que apoiam organizações terroristas".

Embora em sua opinião a política de transformações da economia cubana "está avançando lentamente", o influente periódico nortista parece ter algo claro: "o contínuo antagonismo proveniente de Washington" não contribui para dinamizar dito processo.

De acordo com os relatórios mais recentes, o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba – imposto há mais de meio século – já provocou perdas econômicas acumuladas em 1,1 trilhão de dólares e um dano humano incalculável devido a restrições que afetam serviços como saúde e educação.

Fonte: Prensa Latina