Quem dirige a América: Bushes, Clintones e seus clãs

Negócio familiar: ao cargo de presidente dos EUA em 2016 pode candidatar-se Jeb Bush, antigo governador da Flórida e, por inerência, irmão de George W. Bush, antigo dirigente dos EUA. Se Jeb Bush avançar para as eleições e vencer, ele será o terceiro representante do clã dos Bushes no Gabinete Oval.

Por Svetlana Kholodnova, na Voz da Rússia

barack obama bush - Reprodução

Tudo nas melhores tradições da monarquia: o cargo de presidente é praticamente transmitido por herança: do pai para o filho mais velho, depois para o mais novo. O clã dos Bushes é grande! Em último caso, pode-se entregar o cargo à esposa: Hilary Clinton pretende também candidatar-se em 2016. O quadro monótono em pouco corresponde aos princípios pregados da democracia americana. Mas também se poderia fechar os olhos a isso se os novos nomes com velhos apelidos nas altas esferas de Washington fossem úteis ao país, mas o resultado é outro.

George Bush sénior deixou aos americanos boas recordações: um verdadeiro ranger texano, republicano, cowboy. O seu sucessor, Bill Clinton, ganhou a fama de ancinho e traidor pérfido. Quem não se recorda das suas andanças com Monica Lewinsky?

George W. Bush ficou marcado pela guerra no Iraque, inclinação apaixonada pelos conhecimentos, tão apaixonada que, mesmo quando lhe deram a notícia do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, não suspendeu a leitura do livrinho infantil “Minha cabra doméstica”. Os “bushismos” também tornaram famoso o 43º presidente dos Estados Unidos: “O meu trabalho é pensar para além do meu nariz”, disse ele sem pensar mais além da própria boca.

Agora, chegou a vez do mais jovem Bush: Jeb, participar nas eleições. Pode acontecer como no “Cavalinho Corcunda”: “O mais velho era uma criança inteligente, o do meio era mais ou menos e o mais novo era tonto”. Mas nos EUA não leem contos russos, e fazem mal.

No meio deles, Barack Obama é um verdadeiro “corvo branco”. É verdade que este projeto inovador das cúpulas políticas americanas falhou: as pesquisas mostram que as pessoas não gostam de Obama. A dívida pública do país, durante a sua direção, aumentou em 70% e ultrapassou a fatia dos 18 trilhões de dólares; os projetos sociais ou falharam, como o “Obamacare”, ou provocam uma onda de indignação, como a nova reforma migratória.

A estes ritmos é tenebroso imaginar até onde poderão ser levados os EUA pelo seguinte presidente, tanto mais que um dos pretendentes é novamente um Bush e outro candidato é novamente Clinton. Cada novo presidente dos velhos clãs mostrou ser pior do que o anterior, mas será degeneração? Washington precisa urgentemente de injetar sangue fresco no organismo político velho.