Ex-ditador argentino é condenado por roubo de bebês

A Justiça da Argentina condenou a 25 anos de prisão pelo roubo de bebês o ex-ditador Reynaldo Bignone, último presidente do regime militar argentino (1976-1983). É a quinta vez que Bignone, 86 anos de idade, é sentenciado na Justiça por crimes relacionados ao período de exceção argentino.

Avós da praça de maio - Divulgação

Em suas palavras antes de escutar o veredicto, Bignone, que já cumpre a pena de prisão perpétua, assegurou que durante sua carreira militar nunca ordenou nem autorizou “a apropriação de menores de idade nem a falsificação de documentação pertinente”.

Um tribunal oral argentino considerou que Bignone cometeu crimes de lesa humanidade no Campo de Mayo, guarnição militar em que estava a maternidade clandestina de onde os bebês foram roubados. Ao todo, estima-se que passaram pelos quatro centros de detenção do quartel militar cerca de 5 mil detidos, dos quais apenas 50 sobreviveram ao regime militar.

No julgamento, que durou três meses, o general Santiago Omar Riveros, principal acusado no julgamento, foi sentenciado a prisão perpétua. O médico militar Norberto Atilio Bianco e a parteira Luisa Yolanda Arroche, acusados de realizar os partos e forjar as certidões de nascimento, também foram condenados a 13 e 7 anos de prisão, respectivamente.

O processo absolveu, no entanto, o chefe do serviço de clínica desse hospital militar, o médico Raúl Eudenio Martin.

Os magistrados consideram comprovada a participação de quatro dos cinco acusados no roubo de oito bebês, filhos de detidas ilegalmente e que foram entregues a familiares e amigos de militares.

Fonte: Opera Mundi