Governo terá superavit de dois dígitos em dezembro, afirma Augustin

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, o governo não irá usar os recursos do Fundo Soberano para compor o primário de 2014.

Secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin - Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou, nesta segunda-feira (29), que em dezembro o Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social) terá superavit primário de dois dígitos. De acordo com o secretário, o governo não irá usar os recursos do Fundo Soberano para compor o primário de 2014.

“O resultado fiscal de 2014 ainda depende de fatores importantes como o efeito do último dia do ano, que normalmente é muito alto. Mas ele será positivo, de dois dígitos e não deveremos usar o Fundo Soberano”, ressaltou.

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou pela manhã o resultado fiscal de novembro, que apresentou déficit primário de R$ 6,7 bilhões no período. No ano, o Governo Central soma déficit de R$ 18,3 bilhões e no acumulado em doze meses, o resultado é negativo em 3,9 bilhões – o que representa -0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

O secretário explicou que o desempenho de novembro foi “fortemente influenciado” pelo pagamento de R$ 6,1 bilhões de sentenças judiciais e precatórios, “o que não é um valor usual". No mesmo período do ano passado, por exemplo, esse pagamento foi de R$ 122 milhões.

Em seus comentários sobre o fiscal do mês passado, Arno Augustin destacou o crescimento de 26,1% nas despesas de capital de janeiro a novembro, o que em termos nominais representa R$ 73,6 bilhões em investimentos.

Desse total, R$ 53,9 bilhões foram em desembolsos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Isso é um resultado positivo, pois significa mais investimentos em infraestrutura”, frisou.

Em sua última coletiva antes de deixar o cargo, Arno Augustin avaliou que a forte relação entre receita e atividade econômica fez com que 2014 tivesse um primário menor. “Entretanto, não há nenhum problema em se obter superavits maiores nos próximos anos”, enfatizou.

Segundo ele, em períodos de queda de receita, o governo pode optar por manter um primário maior ou não. “Foi uma decisão governamental, para mim correta, a de priorizar o investimento para auxiliar o crescimento econômico”, acrescentou.

Fonte: Ministério da Fazenda