Braços abertos completa um ano e segue firme 

Enfrentar a lógica excludente e enfrentar conservadorismo semeado por décadas pelas ruas da cidade de São Paulo, esse foi e é o desafio do programa "De braços abertos", implementa do pela gestão de Fernando Haddag há um ano.

A medida de reinclusão e resocialização consiste em oferecer aos dependentes químicos emprego remunerado, moradia, refeições e acompanhamento médico. Em janeiro de 2014, quando teve início, o próprio prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assegurou: “Essas pessoas terão apoio para encontrar nem que seja um quarto digno para poder se acomodar e sair da rua. A cidade não quer mais conviver com aquilo.”

De acordo com informações da Prefeitura de São Paulo,atualmente, 513 pessoas participam do programa, quase o dobro do início de 2014. Desses, 23 receberam atestado médico de aptidão ao mercado de trabalho e 122 estão em tratamento voluntário contra a dependência química.

Dados da Prefeitura ainda apontam que na região da Luz, conhecida como cracolândia, o número de usuários de drogas caiu de 1,5 mil para 300 pessoas.

Desafios para 2015

O prefeito Fernando Haddad afirmou que para 2015 um novo convênio foi firmado para prestar capacitação técnica aos profissionais da área da saúde. A verba para este ano não foi informada. Em 2014 foram cerca de R$ 15 milhões. Sobre a remoção da favela móvel, o prefeito disse se tratar de obrigação das polícias. Já sobre as moradias, admitiu que há dificuldades.

Gestão Fernando Haddad admite dificuldades em expandir projeto 'De braços abertos' e prevê para 2015 a capacitação técnica de funcionários.

O programa "De Braços Abertos" ainda gera muita polêmica entre especialistas e a população. Um dos argumentos mais usados é o de que, ao invés da redução de danos, o poder público está bancando o vício de pessoas que não conseguem responder pelos próprios atos.

Outra dificuldade tem sido formar profissionais capacitados para lidar com problemas de saúde tão complexos. De acordo com integrantes do programa que não quiseram se identificar, falta treinamento aos funcionários. Caroline Ribeiro tem 19 anos e participa do programa na varrição de ruas. Há dois meses ela descobriu que está grávida.