MST inicia o ano com mobilização pela Reforma Agrária

Na manhã desta segunda-feira (5) o MST já voltou à ativa na luta pela Reforma Agrária Popular. Cerca de 300 Sem Terra ocuparam as rodovias federais BR 163, BR 267 e BR 262 no Mato Grosso do Sul em forma de protesto.

Manifestação do MST no Mato Grosso do Sul - MST

As ações dessa jornada começaram no dia 1°, na posse da presidenta Dilma Rousseff, quando o Movimento reivindicou em todo país que neste ano sejam assentadas no mínimo 120 mil famílias em todo o Brasil, e no decorrer do governo 50 mil famílias por ano.

No Mato Grosso do Sul, o Movimento possui reivindicações centrais como a liberação imediata das áreas vistoriadas, que possuem confirmação de serem para a Reforma Agrária, vistorias paralisadas das áreas e reestruturação emergencial do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que está sucateado.

De acordo com Marina Ricardo Nunes, da coordenação nacional do MST, somente com ações de impacto como essa que os poderes constituídos olharão para as questões sociais, como a Reforma Agrária Popular, no seu contexto amplo.

“Atualmente temos 90 mil famílias do MST acampadas em todo o país, mais de três mil no estado, hectares sem fim do latifúndio que podem virar assentamentos. Não podemos fechar nossos olhos para a necessidade de irmos às ruas exigir a Reforma Agrária Popular e democrática, queremos a terra e condições dignas para produzirmos”, afirma.

Marina disse ainda que a luta do movimento é pela soberania alimentar, e por isso a expressão Reforma Agrária Popular. “Precisamos lutar pela garantia da Soberania Alimentar, ou seja, o direito dos povos decidirem sobre o que plantar, quanto plantar e que a produção seja destinada em primeiro lugar para alimentação, pois as produções das monoculturas (soja, milho, cana-de-açúcar) carregadas de agrotóxicos, além de prejudicar a saúde da humanidade, não são para alimentação e sim para exportação, visando apenas o lucro pelo lucro”, disse.

As manifestações seguiram até o meio dia desta segunda-feira e logo após o bloqueio, o Incra no estado confirmou uma agenda para a próxima quarta-feira (07) para debater questões dos acampamentos e assentamentos.

Fonte: MST