Cerca de 670 mil crianças são privadas de estudo pelo EI na Síria

Cerca de 670 mil crianças na Síria estão sendo privadas de estudo depois que militantes do Estado Islâmico (EI) ordenaram o fechamento de escolas para a mudança na grade curricular, informou nesta terça-feira (6) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O grupo extremista tomou vastas faixas territoriais na Síria e no Iraque, impondo uma radical interpretação da lei islâmica.

Militantes do Estado Islâmico - AP/Khalid Mohammed

Em novembro, o EI fechou escolas em áreas que controla no Leste da Síria até que seja feita uma revisão religiosa do currículo. O grupo é acusado de massacres, escravizar sexualmente mulheres e meninas e de recrutar crianças para o combate.

"Em dezembro, houve um decreto do Estado Islâmico ordenando a paralisação da educação nas áreas sob seu controle", afirmou o porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac, em entrevista coletiva. "O Estado Islâmico disse que o currículo precisa ser reformulado".

As crianças matriculadas em escolas primárias e secundárias em Raqqa e nas áreas rurais nas províncias de Deir al-Zor e Aleppo são afetadas pelo fechamento, e os professores estão passando por uma reciclagem.

O Unicef também informou que pelo menos 160 crianças foram mortas e 343 ficaram feridas em ataques a escolas em toda a Síria no ano passado. "O números foi, provavelmente, subestimado, devido às dificuldades de acesso e obtenção de dados", segundo Boulierac.

"Além da falta de acesso à escola, os ataques a escolas, professores e alunos são lembranças terríveis do preço que os filhos da Síria estão pagando em uma crise que se aproxima ao seu quinto ano", afirmou Hanaa Singer, representante da Unicef na Síria, em um comunicado.

O Estado Islâmico tem sido alvo de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos, tanto na Síria quanto no Iraque. A guerra civil na Síria, que começou com um levante contra Bashar al-Assad, chega ao seu quinto ano com mais de 200 mil mortos.

Fonte: Agência O Globo