Brasil sofre com ações de preconceito bruto e seco, denuncia Unegro
"A onda alimentada ao longo de 2014 contra o povo negro e nordestino reflete o tamanho do inimigo que precisamos enfrentar", declarou em entrevista á Rádio Vermelho, Edson França, presidente da Unegro, ao comentar os desafios que o movimento de combate ao racismo enfrentará em 2015.
Da Rádio Vermelho, com informações das agências
Publicado 16/01/2015 12:56
Ele reconhece que. de um modo geral, o povo brasileiro é um povo genereso. Mas, muitas vezes essa generosidade é sufocada pelo preconceito. "Mas, a realidade preocupa. Assistimos a direita destilar seu ódio. E nunca é pouco repetir: o conservadorismo que ganhou força nos últimos tempo é parte do racismo", revelou Edson França, que também é membro do Comitê Central do PCdoB.
Na oportunidade ele reconheceu o avanço da luta em combate ao racismo em todo o Brasil. "Seja na esfera institucional, seja na figura de nossa presidenta Dilma, essa luta foi travada. Mas, há ainda um longo caminho".
Genocídio da juventude negra
Outro ponto colocado pelo presidente da Unegro é sobre o genocídio da juventude negra no Brasil. O que, segundo ele, revela dados alarmantes.
"Ainda não avançamos no combate a esse mal. Há uma grande violência civil e do Estado. A presidenta Dilma criou o programa Juventude Viva para barrar o genocídio. Porém, se não houve punição aos crimes cometidos contra a juventude negra e pobre, esses números nunca serão revertidos", alertou ele.
Seppir
No dia 02 de janeiro, tomou posse como ministra de Estado da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial, a pedagoga Nilma Lino Gomes. Durante coletiva à imprensa, a ministra falou sobre os desafios que o Brasil ainda precisa enfrentar contra o racismo e destacou que as políticas afirmativas, por exemplo, devem ser enxergadas como ações de inclusão e tenham por objetivo corregir desigualdades históricas no Brasil.
Segundo ela, tais políticas “são importantes para que possam colocar a população negra num lugar de visibilidade social, de visibilidade política". A ministra também falou sobre as suas metas à frente da Seppir, que completa 11 anos de funcionamento.
"O eixo das ações afirmativas, da questão quilombola e dos povos de comunidades tradicionais, da nossa juventude – com enfoque na juventude negra – e também na internacionalização e aí pensando na internacionalização articulando América Latina e região e também África, com foco também nos países africanos de língua portuguesa, pelo nosso diálogo, que nos aproxima pela questão da própria língua", disse ela.
Nilma Lino Gomes ainda ressaltou que "a política de promoção da igualdade racial não é algo exclusivo da Seppir, a política de promoção da igualdade racial é de todos nós. A superação do racismo, a construção de oportunidades iguais, essa é uma política e uma ação cidadã que envolve toda a sociedade brasileira".