Paraguaios exigem políticas de proteção aos trabalhadores do campo
Milhares de trabalhadores rurais paraguaios iniciaram esta segunda-feira (19) mobilizados em oito departamentos do país. Alinhados às organizações camponesas, entre elas a Federação Nacional Campesina (FNC), o Movimento Campesino Paraguaio (MCP) e a Organização Liberal do Trabalho (OLT), eles exigem do governo de Horácio Cartes melhores condições de trabalho e políticas de proteção aos pequenos produtores.
Publicado 19/01/2015 11:41

A manifestação, convocada pela Coordenadoria Agrícola dos Pequenos Agricultores do Paraguai, se concentra nas principais vias que ligam as zonas do interior à capital Assunção. A principal exigência dos camponeses é que o governo do presidente Horácio Cartes amplie o pagamento de um subsídio de U$ 300 por família a todos os trabalhadores do campo, outros grupos de pequenos produtores já conquistaram este direito.
Os camponeses também pedem a regulamentação da Lei de Crédito Agrícola e Reabilitação, a fixação de um imposto de 10% sobre a produção dos grandes agroexportadores e a redução a 5% do Imposto de Valor Agregado que os pequenos produtores pagam atualmente.
Segundo a Coordenadoria, as pautas foram definidas durante uma reunião realizada no dia 20 de dezembro no departamento de Missiones. O motivo inicial da mobilização é exigir que o subsídio de U$ 300, atualmente destinado aos camponeses do departamento de San Pedro, ao Norte do país, seja ampliado aos pequenos agricultores de todas as regiões.
Um programa de crédito com baixas taxas e um sistema de seguro para a agricultura familiar também são exigências dos trabalhadores rurais. Eles também pedem um maior comprometimento das usinas hidrelétricas de Itaipu Binacional e Yaciretá para o desenvolvimento agrícola e investimento em pavimentação de rotas necessárias para a escoação da produção familiar.
Os principais pontos de concentração da manifestação estão nos departamentos de São Pedro, Canindeyú, Alto Paraná, Caaguazú, Paraguarí, Ñeenbucú, Itapúa e Missiones. Depois de uma onda de manifestações de camponeses pelo país, o governo já advertiu que “não irá mais tolerar fechamento de rotas importantes em protestos”, e enviou contingentes da polícia de choque aos pontos de manifestação.
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Do Portal Vermelho,
Mariana Serafini, com Prensa Latina