Homenagem a Mãe Gilda no Dia de Combate à Intolerância Religiosa

Um ato simbólico nesta quarta-feira (21/1), às 8h, no Parque do Abaeté, em Salvador, será umas das atividades em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído em memória da baiana Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, que faleceu em 2000 após agravamento de problemas de saúde, resultado de atitudes em desrespeito a sua fé.

Na ocasião, o busto da ialorixá será ornado com flores, em ritual organizado pelo terreiro que a homenageada fundou e hoje é liderado por sua filha biológica, Mãe Jaciara, o Axé Abassá de Ogum. A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, estará presente na homenagem.

A honraria contará ainda com o toque dos tambores do bloco afro Malê Debalê, em reverência à mãe de santo, oferenda de milho branco e fogos. Também estarão presentes adeptos do candomblé e de outras religiões de matriz africana, familiares e amigos de Mãe Gilda.

Lei Federal

A data foi estabelecida por meio da lei federal 11.635/2007, pelo então presidente Lula, e serve para fomentar o debate acerca do respeito às diferentes crenças e à liberdade de culto.

Em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) a indenizar a família de Mãe Gilda em pouco mais de R$ 400 mil, com correções, por danos morais.

De acordo com matéria do jornal A Tarde, na época, o jornal da igreja, Folha Universal, publicou em outubro de 1999 uma foto de mãe Gilda em uma matéria com o título “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. Mãe Gilda teve seu terreiro invadido, violado e imagem maculada por representantes de outro segmento religioso.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro