As manobras da grande mídia para culpar o governo pela crise hídrica

Quando o assunto é confundir a população sobre a reponsabilidade que cada instância de poder possui, manipulando a opinião pública sobre o governo, a grande mídia tem um largo histórico de “contribuições”. Em mais uma demonstração de descompromisso com a verdade, o jornal O Globo estampou uma charge de autoria de Chico Caruso, com a imagem de Dilma posicionada de quatro em um reservatório seco, retirando a responsabilidade da crise dos estados e municípios.

Laís Gouveia, da redação do Vermelho

Dilma Charge - Reprodução

Tamanho o esforço da grande mídia e do PSDB em blindar a candidatura do reeleito governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e retirar de suas costas a responsabilidade da má administração e, por consequência do total sucateamento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que o desespero de milhares de paulistas que já sofriam sem água em suas residências há meses, só veio à tona uma semana após o tucano ser eleito com 57% dos votos. O Portal Vermelho vem noticiando há mais de um ano o problema da falta d`água em São Paulo e alertando seus leitores sobre um futuro colapso do Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento para 11 milhões de paulistanos.

O recém-eleito presidente da Sabesp, Jerson Kelman, continua a culpar a crise hídrica apenas aos fatores climáticos e já prepara a população para o pior, “se não chover, o sofrimento do paulista vai aumentar, não há como escapar disso”, afirma.

Um pedido não divulgado

Uma semana após o governador ser eleito, no último mês de novembro, outro fato também ficou pouco conhecido. Alckmin foi ao Palácio do Planalto pedir ajuda a Dilma em uma tentativa de conter o caos que aos poucos chamava a atenção por sua gravidade. Como prometeu em sua campanha, a presidenta determinou a sua equipe total empenho para solucionar a crise hídrica e destinou cerca de 18 bilhões para medidas de infraestrutura, a maioria para obras ainda não iniciadas e outra pequena parte para projetos em andamento.

Em seu discurso de campanha, Alckmin negava a falta d`agua em São Paulo

Manipulação da mídia durante a campanha presidencial

Outro exemplo que ficou explícito durante a campanha presidencial, foi o bombardeio de pautas negativas que a então candidata a reeleição Dilma Rousseff levou dos grandes canais. Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)  criaram o “manchetômetro”, espaço para denunciar o papel fundamental da grande mídia em manipular as eleições presidenciais e favorecer a direita. No total, foram 234 notícias contra e apenas 18 a favor da presidenta.

Regulamentar os meios de comunicação: Medida urgente

A única saída para romper com a “bola de neve” que a desinformação e manipulação geram a população brasileira é a regulamentação dos meios de comunicação e poucos sabem que tal reinvindicação é um direito constitucional: Artigo. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. 5º – Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

Venício Lima


Para Venício Lima, professor da Universidade de Brasília (UNB) e um dos maiores estudiosos brasileiros sobre a democratização dos meios de comunicação, “a ausência de regulamentação implica que não há uma definição legal do que se considera monopólio ou oligopólio nos meios de comunicação social. Mais grave, significa, por óbvio, que a norma constitucional não é cumprida”, afirma.