Caminho do Brasil combina crescimento com redução da desigualdade
Para o Brasil contrariar a previsão de baixo crescimento que existe para América Latina e Caribe, é necessário combinar crescimento com redução da desigualdade, marca do País na última década. Esta foi a avaliação do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, durante o painel “O Contexto Latino-Americano: quais são as principais questões políticas, econômicas e sociais que estão transformando a região?”, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Publicado 23/01/2015 16:12

“Houve um redução no crescimento e uma estabilidade na queda da desigualdade. No entanto, é preciso recuperar o caminho do meio, que foi a marca do Brasil na última década, combinando crescimento com redução da desigualdade, que ainda é muito alta”, enfatizou.
O ministro também apontou para um paradoxo que acontece no caso brasileiro. “No Brasil, se pegarmos 2012, 2013, temos um crescimento baixo do PIB (Produto Interno Bruto) per capita, de 0,8 ao ano; em contraponto, a renda média das pessoas medidas pelas pesquisas domiciliares cresce 5,5 ao ano no mesmo período, e o crescimento se dá para pessoas em todos os níveis de renda.”
Segundo ele, “nós estamos em uma década onde todos ganham, em termo de renda domiciliar, mas não em termos de crescimento do PIB, o que tem implicações em termos de bem estar e político. Precisamos projetar o caminho do meio para o longo prazo, obtendo e compartilhando avanços de produtividade”, explicou.
Em relação ao ajuste fiscal, o ministro disse acreditar que é uma oportunidade para se avaliar o grande número de programas brasileiros. “No Brasil, o gasto público e a carga tributária são grandes, e é preciso cortar gastos da forma mais eficiente e equitativa possível. O momento é oportuno para avaliar quais são os programas que funcionam e os que não funcionam.”
Sobre as novas questões e aspirações do Brasil para os próximos anos, Neri disse que a chave é a educação. “A educação é boa para o crescimento, para combater a desigualdade, para tudo. E relacionado à educação, aponto dois pontos. Primeiro, imigração. Somos muito fechados em termos de imigração. Temos que nos abrir para o comércio, para o capital mas também para pessoas, em particular as mais qualificadas”, ressaltou.
O segundo ponto que ele relacionou foi sobre os jovens. “Apesar de estarem melhorando, a melhora não está acontecendo durante os anos de juventude. Temos o maior número de jovens que já tivemos e jamais teremos, e realmente precisamos focar na juventude, pois o futuro virá deles. Então precisamos nos engajar, usar a tecnologia para ouvi-los. Dispomos de novos instrumentos, precisamos usá-los em consonância com as necessidades expressas pelos jovens”, afirmou.
Da Redação em Brasília
Com informações da SAE