Barusco diz que seu esquema de propinas começou no governo do PSDB
Em depoimento à Polícia Federal o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou que começou a receber propina da SBM Offshore em 1997, ou seja, durante o governo do PSDB de Fernando Henrique Cardoso.
Publicado 06/02/2015 10:46
No entanto, as investigações sobre o pagamento de propinas da empresa holandesa a funcionários estão seletivamente concentrada no período de 2007 a 2011, durante o governo Lula. Mas entre as obras que tiveram pagamentos ilegais, o ex-diretor citou um acordo, firmado em 1997 ou 1998, para o fornecimento de um navio à Transpetro.
As declarações de Barusco foram divulgadas após decisão do juiz federal Sérgio Moro, que retirou o sigilo das investigações da nona fase da Operação Lava Jato, iniciada nesta quinta-feira (5).
Ainda segundo o também seletivo depoimento de Barusco, ele disse ter aberto uma conta na Suíça no final da década de 1990 para receber as remessas ilegais de dinheiro da SBM, que totalizaram nada menos que US$ 22 milhões até 2010, de acordo com o próprio.
“(Barusco) afirma que começou a receber propina em 1997 ou 1998 da empresa holandesa SBM, enquanto ocupava cargo de gerente de tecnologia de instalações, no âmbito da diretoria de Exploração e Produção”, diz o termo de delação premiada do ex-gerente, que afirma que a propina era paga por intermédio do representante da companhia holandesa no Brasil, Julio Faerman.
"Sendo uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática no segundo contrato (…) firmado entre a SBM e a Petrobras no ano 2000”, completa o documento. No depoimento de Barusco, que fala com precisão contábil de quem trata as propinas como negócio, ele diz que recebia mensalmente de US$ 25 mil a US$ 50 mil, variando de acordo com o tamanho de cada contrato.
Barusco confessou que, na mesma época, recebeu suborno de outra empresa representada por Julio Faerman, a Progress, contratada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, mas curiosamente não soube dizer quanto era pago foi pago.
No primeiro depoimento de Barusco, em novembro do ano passado, e já havia confessado que desviava verbas por meio de contratos da estatal desde 1996, segundo ano do governo do ex-presidente tucano. No entanto, o ex-gerente da Petrobras negou que parte do dinheiro desviado por ele era destinado a algum partido ou políticos. “Esta era a parte da casa”, disse ele na época.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações da Agência Brasil