Estudantes da Unifor se mobilizam contra aumento abusivo

Início de ano letivo é época de ficar atento aos abusos cometidos pelos tubarões de ensino. É nesse período de renovação das matrículas que os donos das faculdades particulares exageram no aumento das mensalidades e cobranças de taxas abusivas.

Educação não é mercadoria - UNE

Na Unifor em Fortaleza, a luta já começou. Com as mensalidades ajustadas acima da inflação, dezenas de estudantes da instituição organizados pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), realizaram um ato contra o aumento, na manhã da última quina-feira (12/2) dentro da faculdade, na avenida Washington Soares. Mas a ideia é continuar mobilizando os estudantes para mais um grande ato no dia 4 de março.

Para o tesoureiro do DCE, Pablo Barbosa, o aumento da mensalidade acima da inflação não é correto. “É um aumento muito abusivo, foram quase 12% de reajuste. Vamos continuar lutando para que possamos ter nossos direitos garantidos”, falou.

”A raiz do problema está na exploração econômica da educação. Somos contra isso, por princípio. Mas, enquanto a oferta pública (de educação) não é universal, devemos exigir do Estado rígidas normas de regulamentação, para que os interesses econômicos das instituições não se sobreponham aos seus objetivos educacionais”, afirmou o diretor de Humanas da UNE, Ivo Braga.

Mensalidades e Fies

Um outro problema gerado pelo aumento indiscriminado nas mensalidades é a impossibilidade de adesão ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Segundo o Ministério da Educação, 1,9 milhão de estudantes já participam do programa. Mas até agora, só 280 mil conseguiram renovar os contratos. Um dos motivos é o valor da mensalidade. As faculdades que reajustaram os preços acima de 6,4% vão ter que dar explicações ao MEC.

Na Uninorte, no Acre, a situação também é caótica. A instituição estaria forçando os alunos a assinar um documento no ato da matrícula, comprometendo-os com o pagamento do curso caso o governo não repasse os valores.

Para o vice-presidente da UNE no estado, o acadêmico de Odontologia Jeffrey Caetano, a Uninorte estaria tentando se resguardar de um “calote” do Ministério da Educação. A nova portaria do MEC estabelece que a pasta vai repassar apenas 50% do valor dos cursos, sendo que o restante, só será repassado dois anos após a conclusão. “Aqui na Uninorte 80% dos alunos utilizam o Fies e a instituição está tentando assegurar o repasse por meio desse documento. Querem cobrar dos estudantes com medo de um calote do governo federal”, disse.

Assistência da UNE

Devido aos problemas que os estudantes brasileiros têm encontrado em relação às mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) a UNE se colocou à disposição para esclarecer dúvidas ou dificuldades destes estudantes na retomada dos estudos neste início de ano letivo.

Os alunos que tiverem dúvidas podem entrar em contato por meio do e-mail [email protected] e a entidade vai encaminhar ao Ministério da Educação as reclamações dos estudantes. A UNE tem um papel histórico em defesa da educação e dos estudantes e declara temporada de caça às instituições que tratam a educação como uma mercadoria.

Fonte: UNE