Projeto vai sistematizar e divulgar informações sobre quilombos

O Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Incra e a Universidade Federal de Minas Gerais vão sistematizar informações de 190 comunidades quilombolas em processo de titulação. A pesquisa, iniciada recentemente, está prevista para ser concluída em 2016. Nesta quarta e quinta-feira (25 e 26) acontece a primeira reunião de trabalho da equipe, em Belo Horizonte (MG).

Quilombolas - Leonardo Melgarejo/ MDA

O projeto está estruturado em cinco etapas: análise e sistematização do material; elaboração de fascículos com as informações principais sobre cada comunidade; criação do banco de dados; seminários sobre o tema; e um livro com todos os dados da pesquisa reunidos por região e características.

Por meio do projeto “Formulação de uma linguagem pública sobre comunidades quilombolas”, será construído um banco de dados com aspectos como o histórico de ocupação dos locais; a caracterização do território; principais conflitos em questão; atividades produtivas essenciais e potenciais; modos de viver do grupo; saberes e fazeres da comunidade. O objeto de análise são laudos antropológicos de comunidades quilombolas em situação de regularização territorial, produzidos pelo Incra.

“Com base nesse acervo, o projeto dará mais visibilidade às comunidades e facilitará, à sociedade em geral, o acesso ao conhecimento e a informações relevantes dos territórios”, ressalta Fátima Brandalise, coordenadora do Nead.

Reconhecimento

Isabelle Picelli, coordenadora substituta da Coordenação-Geral de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra, destaca que o projeto vai contribuir para o reconhecimento dessas comunidades como formadoras da nação brasileira. “A importância de divulgar os dados contidos nos relatórios antropológicos é, primeiramente, poder transpor o conhecimento científico dos relatórios para uma linguagem acessível aos não especialistas: as próprias comunidades quilombolas, gestores locais, público escolar. Com isso, queremos disseminar as histórias de manutenção e resistência dos grupos quilombolas para a população mais ampla, e estimular que este material seja apropriado e divulgado também pelas comunidades”, acrescentou.

De acordo com Lilian Gomes, coordenadora técnica do projeto por meio do Observatório da Justiça Brasileira (OJB) da UFMG, a intenção é traçar um diálogo amplo com as comunidades quilombolas e movimentos sociais relacionados. Também participam da iniciativa o Núcleo de Estudos sobre Populações Quilombolas e Tradicionais (NUQ) e o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), ambos da universidade mineira.

Fonte: MDA