Comunistas de Caxias do Sul organizados para ato em defesa do Brasil
Alinhados com luta nacional em defesa da Petrobras, do mandato da presidenta Dilma Rousseff e pelo fim do financiamento privado de campanhas, os comunistas de Caxias do Sul estão em sintonia e organizados para o ato marcado para o dia 13 deste mês, que está sendo convocado pelo presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.
Publicado 04/03/2015 16:48 | Editado 04/03/2020 17:09

Em recente plenária, que lotou o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, militantes, trabalhadores e trabalhadoras fizeram coro às posições defendidas por dirigentes municipais e estaduais na análise da conjuntura política atual e tentativa de golpe orquestrada pela oposição, com o apoio da grande mídia.
O presidente do PCdoB de Caxias do Sul, Deo Gomes, fez um resgate histórico a partir de Tiradentes e Joaquim Silvério dos Reis para mostrar a luta de opressão sofrida pelo povo quando os representantes do capital estrangeiro estiveram à frente do poder.
“É bom que se resgate certo trecho histórico da luta do nosso povo que nunca desiste de pedir o avanço, o progresso social e o desenvolvimento. O centro, no momento, como primeiro passo, é o de destruir a Petrobras, em especial o pré-sal. (Joaquim) Silvério dos Reis (analogia ao ditador de Portugal) e o Imperialismo Norte Americano nunca aceitaram esse controle público do petróleo. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) colocou as ações da Petrobras na bolsa de valores, criando concessões. Se a empresa descobre, o petróleo é deles. A partilha do pré-sal é diferente, ficando sob o controle da nação brasileira. As multinacionais americanas e inglesas não aceitam”, explicou Deo Gomes, classificando Fernando Henrique como pai ou tio de Aécio Neves.
Para mostrar o papel da mídia, Deo resgatou que Zero Hora foi fundada em 4 de maio de 1964. Neste ano, seguiu o dirigente comunista, foi quando a oligarquia nacional, o imperialismo e o campo de Silvério dos Reis derrubaram o governo legítimo e progressista de João Goulart e instalou uma ditadura feroz, sanguinária, assassina, que vende Pátria. Esse golpe foi em 1º de abril de 1964 e 30 dias depois a ditadura financiou esse jornal. E agora badalam em seu veículo as palavras de Silvério dos Reis.
“Não abriremos mão da luta por mais desenvolvimento, justiça social e reformas estruturais, como a Urbana, a Política e Democratização da Mídia. Temos de saber quem são os nossos inimigos, da Pátria brasileira, do povo trabalhador, da juventude. Não podemos ser enganados. Quem estiver disposto a resistir do campo de Tiradentes somos aliados. A mídia é um braço deles. Existem em curso várias tentativas de golpe. Isso é não respeitar a opinião do povo brasileiro. Agora, Fernando Henrique diz que está na hora de dar um basta nisso”, complementou Deo.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias e Região e líder combativo no Congresso Nacional na defesa dos direitos dos trabalhadores, Assis Melo defendeu que é preciso conhecer qual luta política está em curso nos tempos atuais.
“É a luta política que transforma, às vezes, para o avanço ou para o atraso. A luta hoje é para As medidas provisórias 664 e 665 apresentadas pelo governo em dezembro, logo após a eleição, promove mudanças nas aposentadorias e seguro desemprego, que passará de seis para 18 meses e com isso o governo vai arrecada R$ 1,8 bilhão. O governo vai ficar com esses recursos para ele. É para investir no Prouni, Minha Casa Minha Vida, no Mais Médico? Não. É para passar para os agiotas. A luta pela Petrobras hoje é para liquidar a empresa. Essa é a nossa luta. Como acabar com a corrupção sem acabar com esse sistema que nutre o capitalismo por meio de obras e concessões. Produtividade não pode tirar unicamente do suor do trabalhador. É preciso investir em tecnologia e no crédito. Se houve estagnação econômica, quem pagará a conta é o trabalhador. A nossa luta é pelo desenvolvimento e a garantia do emprego. Essas são as nossas palavras de ordem neste país. Não queremos e não aceitamos recessão e retrocesso”, pontuou Assis.
O dirigente da comissão política estadual, André Coutinho, falou dos interesses internacionais e de grandes bancos.
“Teve uma previsão de uma agência, que não é do nosso campo, de que até 2016, 1% dos mais ricos do mundo vai ser maior do que os 99%. A concentração de renda tende cada vez mais aumentar nas mãos de poucos. Um relatório aponta que cada nove habitantes do mundo, um passa fome. Não é pouco. Mais de 10% da população mundial passa fome. São 800 milhões de pessoas. A própria OIT indica que nos próximos quatro anos teremos mais 12 milhões desempregados no mundo, chegando ao montante de 219 milhões até 2019 de trabalhadores sem emprego. Não para não apontar isso. É um sistema que está em crise, falido. Desenvolvimento e emprego são os pilares sociais. Os movimentos sociais precisam estar atentos para isso para não se perderem. Estamos vivendo uma ofensiva da direita golpista a partir da Petrobras. Senão houver resistências do movimento social, o governo terá de fazer cedências”, acrescentou André.
Roberto Carlos Dias
Foto Maurício Concatto