Vagner: O lado da CUT é a defesa dos direitos e contra o golpismo

No lançamento do 12º Congresso da CUT, nesta quarta-feira (4) em Brasília, o presidente nacional da central, Vagner Freitas, reafirmou a defesa dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais e ressaltou que os trabalhadores querem a implementação do projeto vencedor nas eleições.

Vagner Freitas CUT - CUT

Durante o lançamento, que contou com a participação de diversos ministros, o presidente da CUT, rebateu a mídia que tenta fazer comparações com o ato do dia 13, convocados pelas centrais e movimentos sociais, e as outras convocações feitas pelas redes sociais que pregam o golpismo contra a presidenta Dilma Rousseff.

“Os atos do dia 13 tem nome e endereço. É a CUT, a UNE, o MST, as centrais parceiras, os movimentos sociais e publicamos um manifesto para dizer quais as linhas da nossa luta. Os outros eu não sei quem convoca. Não se trata de defender governo ‘a’,’b’ ou ‘c’ e sim afirmar o posicionamento da CUT na conjuntura. Vamos fazer não só essa manifestação, mas muitas outras contra quem quiser privatizar a Petrobras, contra quem quiser abrir o capital da Caixa Econômica. Porque a abertura do capital da Caixa pode demonstrar uma inversão de política econômica no Brasil, vai abrir mão dos organismos públicos para investimento em políticas sociais", advertiu Vagner.

“O lado da CUT é a defesa intransigente da classe trabalhadora e sabemos que hoje isso significa também impedir o retrocesso. Uma coisa é discutir os rumos do governo, outra coisa é querer interromper, de maneira golpista, um governo democraticamente eleito pela maioria da sociedade brasileira”, acrescentou.

O líder cutista disse ainda que, se por um lado a central vai às ruas no próximo dia 13 em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da democracia e da reforma política, por outro, não aceitará viver das vitórias passadas.

“Não fomos eleitos para falarmos do passado. Fomos eleitos para continuar conquistando e representando os trabalhadores. Não foi à toa que a CUT tirou em resolução apoiar a Dilma e eu não estou arrependido, porque o Brasil estaria arrebentado se o PSDB tivesse ganhado as eleições. Mas estou muito preocupado com esse início de governo e temos nos posicionado oficialmente quanto à condução da linha econômica que temos visto”, salientou.

Sem retrocesso

Para Vagner, o governo tem uma agenda de compromissos firmados durante a campanha com os trabalhadores. “Quero dizer para a Dilma que, além de ganhar eleições, tem de implementar a agenda do desenvolvimento e crescimento. Para que não tenha retirada de direitos, precisa retirar as medidas provisórias 664 e 665”, disse ele, referindo-se às medidas que alteram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas.

Vagner fez um alerta sobre as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores na geração de emprego, resultado da retração econômica e voltou a cobrar uma agenda positiva para os trabalhadores, com a discussão sobre o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Cobrou ainda que a tesoura do reajuste se volte também à taxação de grandes fortunas.

Reforma política

A presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Vic Barros, destacou a luta pela reforma política. “A abertura do Congresso da CUT se dá no Senado, onde direita tenta colocar voto distrital e a Câmara tenta constitucionalizar adoção das campanhas pelas empresas. Se a direita quer debater corrupção nos também queremos e é fundamental para isso barrarmos a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 352, a PEC dos corruptores. E agora também completa um ano do pedido de vista pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes sobre o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que questiona a doação das empresas para campanhas eleitorais. É fundamental reforçar o coro, devolve Gilmar!”

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Do Portal Vermelho, com informações da CUT