Chile cria Conselho Assessor presidencial para combater corrupção
O Chile deu um primeiro passo na grande cruzada contra a corrupção, com a criação de um Conselho Assessor Presidencial por iniciativa da presidenta Michelle Bachelet.
Publicado 11/03/2015 17:21

Composto por 10 homens e cinco mulheres, que serão dirigidos pelo doutor em economia e presidente da fundação Espaço Público, Eduardo Engel Goetz, a entidade deverá apresentar em 45 dias propostas para enfrentar problemas associados ao tema.
O Conselho Assessor deverá abordar também como separar a política dos negócios e desenhar estratégias para minimizar os conflitos de interesses e o tráfico de influências, temas da atualidade.
Michelle, afetada diretamente pelos negócios de seu filho, o major Sebastián Dávalos, que propõem pelo menos elementos de ética, não perdeu tempo e adiantou que nesta quarta-feira enviará um projeto de reforma constitucional ao Parlamento.
A chefa de Estado enfatizou em um encontro no Palácio de La Moneda que não se trata de restituir a confiança em benefício de algum ator particular. "Esta é uma necessidade do país, da saúde da democracia que todos precisamos para viver", enfatizou.
Na realidade, este ano começou com tons sombrios para o Chile. O chamado caso Penta, de financiamentos ilegais a campanhas políticas, explodiu.
A explosão abalou importantes homens de negócios, partidos da direita e, de tabela, pessoas muito próximas ao ex-presidente Sebastián Piñera.
No último sábado, o juiz Juan Manuel Escobar deu prisão preventiva para seis dos 10 acusados no escândalo que afeta particularmente o partido opositor União Democrata Independente (UDI).
Perante o clamor de diversos políticos, Michelle pedirá ao Congresso que estabeleça sanções para as práticas ilegais. “Os casos que conhecemos há bastante tempo, seja no âmbito dos negócios ou da política, ou mesmo da relação entre eles, geraram uma fundada preocupação e sobretudo mal-estar na população”, argumentou.
Os donos da Penta, Carlos Alberto Délano e Carlos Eugenio Lavín; o ex-vice-secretário de Mineração, Pablo Wagner; e os ex-gerentes da Penta, Hugo Bravo e Marcos Castro, foram levados à prisão por quatro meses.
Também foi indiciado o ex-fiscal do Serviço de Impostos Internos (SII), Iván Alvarez, que já se encontra detido por outro caso de fraude.
Para completar esse episódio de corrupção no Chile, o Promotor Regional de Magallanes e da Antártica Chilena, Juan Agustín Meléndez, formalizou nesta terça-feira (10) processo contra o senador Carlos Bianchi pelos delitos de fraude fiscal.
Bianchi também foi acusado por negociação incompatível, caso que inclui sua cunhada, Victoria Retamales, também por fraude ao fisco. Em seus expedientes, aparecem cifras escandalosas de dinheiro pago pelo Senado de forma ilegal.
Fonte: Prensa Latina