Cunha consegue poder sobre a comunicação da Câmara 

A Câmara dos Deputados aprovou, por 226 votos a 43 e 9 abstenções, o projeto da Mesa Diretora, que permite ao presidente da Câmara escolher o secretário de Comunicação Social da Câmara entre os deputados no exercício do mandato, podendo substituí-lo a qualquer tempo. A matéria, que sofreu crítica de vários parlamentares, já foi promulgada. 

Cunha consegue poder sobre a comunicação da Câmara - Agência Câmara

Os deputados que criticaram o projeto, afirmaram que há risco de partidarização dos veículos de comunicação da Casa. O deputado Esperidião Amim (PP-SC) afirmou que, "se estivesse aí na presidência o presidente do PT, muitos diriam que se quer aparelhar o sistema de comunicação da Casa".

O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que a medida é um erro: "Pode desqualificar a comunicação desta Casa, espaço a ser preservado. O nosso temor é que comecemos a partidarizar, selecionar matérias, deixar com medo os servidores, e isso é o fim da democracia."

O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) também denunciou a partidarização da Casa. "No momento em que se coloca um deputado, seja ele quem for, para tomar conta do serviço que mais avançou nesta Câmara, nós vamos partidarizar", criticou.

O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), pediu o adiamento da votação por considerar que ela pode abrir um precedente perigoso. "É um cheque em branco para qualquer presidente colocar um deputado que venha a seu serviço", ressaltou.

A justificativa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é que a medida é urgente, já que, para ele, falta comando na Secretaria de Comunicação. Ele disse que não haverá mudança de linhas editoriais, ao mesmo tempo em que afirma que “estamos falando de parcerias com TVs legislativas, programação, temas sem cobertura", disse.

Do Portal Vermelho
De Brasília, com Agência Câmara