Esquenta em Porto Alegre reúne 10 mil em defesa do Brasil

Aquecendo os motores para as manifestações desta sexta-feira (13), mais de 10 mil trabalhadores convocados pela CUT, CTB, Via Campesina e outras dezenas de entidades, foram às ruas nesta quinta (12) em defesa da democracia, da Petrobrás e da Reforma Política. Por conta das atividades dos trabalhadores do campo, os atos no estado foram antecipados.

Ato dia 12 em Porto Alegre centrais sindicais

Centenas de milhares de pessoas tomaram o tradicional Largo Glênio Peres, com bandeiras e cartazes defendendo a democracia e repudiando o golpismo. Os manifestantes marcharam até a Praça da Matriz para o ato de encerramento.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o secretário nacional de finanças da CUT, Quintino Severo, que participou das manifestações em Porto Alegre, capital gaúcha, destacou que os movimentos sociais e a esquerda nunca saíram das ruas.

“Sempre estivemos nas ruas para enfrentar a ditadura militar e o neoliberalismo. Mais uma vez estamos nas ruas para defender a democracia, a Petrobras e garantir que os nossos direitos sejam preservados. É um grande momento para que o povo, que sempre esteve nas ruas, continue nas ruas”, destacou o sindicalista.

Quintino ressaltou que os trabalhadores têm “clareza da pauta e justamente por isso, não podemos confundir corrupção com desmonte do patrimônio brasileiro”.

Paneleiros esmaltados

Durante o ato, Quintino destacou que os que bateram panelas durante o pronunciamento da presidente, não bateram panela pelo aumento do salário mínimo, pela valorização dos trabalhadores. “Não vamos aceitar nenhum tipo de golpe no projeto que estamos construindo desde as Diretas Já”, enfatizou.

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, declarou: “Não vamos permitir que interesses estrangeiros interfiram na democracia e na soberania brasileira”.

Petroleiros

O ato no estado teve início na Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, onde petroleiros paralisaram as atividades em protesto contra os ataques à estatal. O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, afirmou que os petroleiros defendem a Petrobrás porque sabem a importância dela para a sociedade e desenvolvimento do país. “As pessoas que cometeram crimes, que sejam punidas. Mas não podem penalizar os 86 mil trabalhadores. Enquanto uma meia dúzia fica nos gabinetes desviando dinheiro e sujando a imagem da empresa, os trabalhadores estão cavando buracos no fundo do mar”, ressaltou.

Privatização

O petroleiro lembrou o interesse que há por trás da intensa campanha midiática sobre a corrupção da Petrobras. “Não temos dúvida que há um interesse em privatizá-la. Que multinacional não gostaria de ter o lucro da Petrobrás?”, questionou Maia.

Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS, repeliu as indagações dos jornalistas que tentavam comprar os atos seria um contraponto ao dia 15. “Acho essa comparação absurda. Somos os movimentos sociais, temos história, pauta e conhecem a nossa cara. Não nascemos nas redes sociais, não somos anônimos. Pelas falas dessa turma, parece que a corrupção no país iniciou em 2002. Mas se não havia corrupção antes, onde foi para o dinheiro das empresas que foram privatizadas nos anos 90? Naquela época não tinha Prouni, Pronatec, Bolsa Família e outros programas que favoreceram os mais pobres”, enfatizou o dirigente.

Reforma política

Nespolo defendeu a necessidade de uma reforma política com o fim do financiamento das campanhas eleitorais pelas empresas como forma de enfrentar a corrupção. “Vocês já viram empresários e patrões reclamando da corrupção? Eles só reclamam da carga tributária, porque eles financiam as campanhas dos políticos que eles querem eleger e depois cobram a conta”, salientou.

Da redação do Portal Vermelho, com informações da CTB e CUT