Congresso venezuelano aprova lei contra ingerência dos EUA

A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou a Lei Anti-imperialista, neste domingo (15), que permite que o Presidente da República, Nicolas Maduro, use a legislação para reforçar a defesa nacional, diante da crescente agressão do governo dos Estados Unidos, que declarou a Venezuela como uma "ameaça incomum e extraordinária" para a segurança.

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A medida, que consiste em quatro artigos, é chamada de Lei de Poderes Anti-Imperialistas para a Paz, terá validade até o dia 31 dezembro de 2015 e permite que Maduro governe através de decretos.

A vice-presidente da Assembleia Nacional, Tania Díaz, disse que era essencial adotar tais ações para salvaguardar a paz e a soberania nacional.

"O que está por trás aqui, senhores, é a intenção de se colocar a mão na riqueza da Venezuela, como eles fizeram em outras nações, o que está por trás disso é a intenção do Sr. Obama, junto com seus secretários, de colocar restrições comerciais sobre a riqueza da Venezuela, para fazer um bloqueio comercial, um bloqueio econômico de impunidade e silêncio”, alertou a deputada.

O deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Fariñas Willian, concordou com a deputada Diaz, e enfatizou que por ser o país com as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a Venezuela desperta interesses gananciosos.

"Eles vêm por conta do petróleo venezuelano e aqui estão estes traidores (oposição) que suportam isso”, disse o deputado.

Enquanto isso, o deputado socialista Earle Herrera, disse que o decreto-lei assinado pelo presidente Obama contra a Venezuela também é uma agressão contra todos os povos da América e do mundo porque marca um precedente que reivindica o direito de intervir na política e no sistema de justiça de outros países.

O deputado destacou que a ordem executiva dos EUA viola a Constituição Bolivariana, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto de San José.

"Isso é contra a América e contra os povos do mundo. Nós, em nome do comandante (Hugo) Chávez, em nome da dignidade do nosso povo, vamos dar poderes extraordinários ao nosso presidente Nicolas Maduro, para evitar o ataque do governo dos Estados Unidos ", disse ele.

Muitas pessoas acompanharam a sessão dentro e fora da Câmara. Desde domingo de manhã, idosos, pessoas com deficiência, jovens, movimentos de mulheres, representantes do (PSUV) e do Partido Comunista da Venezuela (PCV), além de outras entidades do país, se reuniram em Caracas, perto da Praça da Assembleia Nacional. Dentro da Câmara, um outro grupo de trabalhadores, jovens e mulheres acompanhou a sessão.
 

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Com informações da AVN