Presidente sírio pede fim de apoio político a grupos terroristas.

O presidente sírio, Bashar Al-Assad, assegurou, nesta terça-feira (17), que qualquer mudança na política da comunidade internacional para seu país deve passar por pôr fim ao apoio político e logístico aos grupos terroristas.

Bashar al-Assad

Em resposta às recentes declarações do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o presidente sublinhou que "qualquer mudança na atitude internacional sobre a Síria deve ser honesta, prática e positiva".

"Seguimos ouvindo as declarações, devemos esperar os atos e então decidiremos", afirmou Al-Assad. "Esperamos atos e não palavras dos Estados Unidos", acrescentou.

O presidente insistiu na necessidade de lutar contra os grupos terroristas financiados pela Casa Branca, algumas potências do Ocidente e seus aliados na região, que só buscam derrubar seu governo, deixando milhares de vítimas em todo o país.

Sobre a exigência de que abandone o poder como via para uma suposta transição política solicitada por Washington e seus aliados, o presidente Al-Assad enfatizou que "a decisão depende do que decida o povo sírio. De modo que o que digam ou deixem de dizer, sinceramente, não nos concerne".

No domingo (15), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou que os Estados Unidos terão que negociar com o presidente Bashar Al-Assad para pôr fim à guerra na Síria, em uma entrevista concedida à rede CBS.

Curiosamente, nesta oportunidade, o chefe da diplomacia estadunidense negou-se a repetir a permanente posição de seu país, sustentada pelo próprio Kerry há apenas alguns dias, em exigir a renúncia do presidente sírio.

Desde setembro de 2014, Washington lidera uma coalizão internacional que bombardeia posições do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, em uma suposta campanha contra o terrorismo no Oriente Médio.

Paralelamente, persiste em treinar e financiar grupos armados extremistas, para provocar a deposição do governo liderado por Al-Assad.

Há quatro dias, o Chefe do Estado Maior Conjunto do Exército dos Estados Unidos, general Martin Dempsey, reiterou o compromisso claro e explícito dos Estados Unidos em proporcionar mais ajuda e apoio aos grupos terroristas que Washington qualifica como oposição moderada na Síria.

Dempsey afirmou que seu país garantiria uma cobertura aérea e terrestre, mediante o envio de forças especiais para apoiar. Os Estados Unidos apoiam e financiam acampamentos de treinamento para mercenários extremistas em territórios da Arábia Saudita, Turquia e Jordânia.

Apesar das recentes declarações de Kerry, hoje se soube que a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Mary Harf, escreveu em sua conta no Twitter que "a política dos Estados Unidos segue sendo a mesma e é clara, não há futuro para Al-Assad na Síria".

Fonte: Prensa Latina