Alba reafirma apoio à Venezuela contra a interferência dos EUA

Os países membros da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), nesta terça-feira (17), expressaram sua rejeição ao decreto do governo dos Estados Unidos que declarou a Venezuela como uma "ameaça" para a nação estadunidense.

Reunião da Alba

O bloco considerou que tal decisão não se justifica e desrespeita o princípio da soberania. Neste sentido, eles pediram o diálogo para consolidar a paz diplomática, para reverter a situação e normalizar as relações entre os dois governos.

Na declaração final da Cúpula Extraordinária da Alba, realizada terça-feira em Caracas, o bloco regional pediu ao governo dos EUA para que estabeleça conversas com a Venezuela, como uma alternativa ao conflito, com base no respeito à soberania e autodeterminação dos povos, estados e nações independentes.

No texto, lido no rádio e na televisão nacional pelo presidente, Nicolas Maduro, os países da Alba propõe a formação de um grupo de facilitadores, com a participação de representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade do Caribe (Caricom), para facilitar compromissos diplomáticos entre os EUA e a Venezuela, aliviar as tensões e assegurar a resolução amigável.

Eles também reiteraram seu compromisso com a aplicação do direito internacional, a resolução pacífica dos conflitos e fizeram um apelo aos governos para agirem no contexto dos princípios universais da Carta das Nações Unidas.

Neste sentido, os países da Alba concordaram em instruir seus embaixadores a desenvolver uma campanha de informação e difundir a verdade sobre o que acontece na Venezuela e sobre as ameaças que o país sul-americano está sofrendo.

A Alba também decidiu instar os movimentos sociais, trabalhadores, estudantes, camponeses, indígenas e mulheres para uma mobilização permanentemente.

Um decreto intervencionista e injusto

A Alba também ressaltou que o decreto emitido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contra a Venezuela, ignora a declaração de solidariedade e apoio às instituições democráticas, o diálogo e a paz na Venezuela, aprovada pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 7 de março de 2014.

As nações que compõem a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América também exigiram que o governo dos EUA finde imediatamente o assédio e os ataques realizados contra o Governo e o povo da Venezuela, argumentando que tais políticas incentivam a desestabilização e o uso da violência por parte de setores da oposição venezuelana.

Eles também expressaram seu total apoio à Venezuela na busca de mecanismos para o diálogo com o governo dos Estados Unidos.

A Alba reafirmou que a América Latina e o Caribe são zonas de paz, em que as nações conduzem as relações de integração e de amizade para continuarem garantindo a maior felicidade para o povo.

Da mesma forma, foi confirmado que a Venezuela não representa ameaça para qualquer país, considerando que é uma nação que demonstrou a sua vontade de cooperar com os povos e os governos da região.

A Alba denunciou a campanha da mídia internacional contra a Venezuela e seu governo, com o objetivo de desacreditar a Revolução Bolivariana e criar condições que justifiquem uma intervenção em uma escala maior.

Os membros do bloco regional reiteraram seu apoio a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, a fim de contribuir para o fortalecimento e a consolidação dos valores e princípios da liberdade e da solidariedade na América democrática.

Eles também expressaram sua solidariedade e apoio a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e a outros funcionários do governo, que estão sendo submetidos a uma campanha de difamação pessoal e institucional por setores de direita do país.

A distribuição em massa do comunicado

O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, pediu que a declaração final da Cúpula Extraordinária da Alba seja amplamente divulgada.

O Chefe de Estado agradeceu ao apoio das nações do bloco reafirmando que tal organismo regional é um pacto de paz, de solidariedade, de fraternidade e de desenvolvimento compartilhado.

"É uma aliança dos nossos povos, nossos governos", disse ele em uma transmissão conjunta de rádio e televisão.

A proposta de criação da Alba foi idealizada pelo ex-presidente do país Hugo Chávez, na Terceira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Associação de Estados do Caribe, que foi feita na ilha de Margarita, em 11 e 12 de dezembro de 2001. A Alba é formada por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, República Dominicana e Equador.

Com informações da AVN