Países condenam na ONU hostilidade dos EUA contra a Venezuela

Países de vários continentes manifestaram nos últimos dias na ONU seu rechaço às medidas unilaterais tomadas pelo presidente estadunidense, Barack Obama, contra a Venezuela, nação à qual reafirmaram seu apoio.

bandeira Venezuela - Reprodução

Na segunda-feira (16), o Movimento de Países Não Alinhados (Mnoal) condenou de maneira categórica em um comunicado a decisão anunciada por Obama no dia 9 de março, de considerar a Venezuela como uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional da potência do norte, bem como as sanções a servidores públicos.

A organização que agrupa 120 dos 193 membros das Nações Unidas considerou a postura de Washington desproporcional, e reiterou seu firme apoio à soberania, a integridade territorial e à independência do estado sul-americano.

"Reafirmamos a necessidade de respeitar o direito internacional, incluindo os princípios e propósitos da Carta da ONU, no referente às relações de amizade e cooperação entre os países", detalhou.

O Movimento instou o governo estadunidense a participar de conversas construtivas com a Venezuela e a deter suas "medidas coercitivas ilegais que afetam o espírito de diálogo e entendimento político entre as nações".

A vice-chanceler e embaixadora da Nicarágua perante as Nações Unidas, María Rubiales, chamou a América Latina e o Caribe a "não permitir ataques contra uma república irmã, venham de onde venham, porque hoje é a Venezuela e amanhã pode ser qualquer outra, como a história tem demonstrado".

De acordo com a diplomata, devem ser procurados todos os mecanismos de integração regional e os espaços globais de acordo para denunciar a postura de Washington.

"É absurdo e irreal o que Obama apresentou, como pode a Venezuela constituir uma ameaça incomum e extraordinária para os Estados Unidos, quando o único e verdadeiro perigo para a soberania dos povos é o imperialismo?", disse.

Além disso, a primeira vice-presidenta da Assembleia Nacional equatoriana, Rosana Alvarado, criticou a hostilidade norte-americana e assegurou que os países progressistas não abandonarão Caracas.

A líder parlamentar opinou na semana passada que a política hostil de Washington demonstra que não acabaram as condutas imperiais e a necessidade da união latino-americana e caribenha para enfrentá-los.

"Quem poderia imaginar em pleno século 21 que os Estados Unidos sigam considerando as nossas pátrias territórios para a conquista, a colonização e a vassalagem", sublinhou Alvarado, que encabeça a delegação de Quito ao fórum da ONU para a igualdade de gênero e o empoderamento da mulher.

O embaixador da Venezuela, Rafael Ramírez, destacou a solidariedade internacional com seu país.

Ramírez exigiu o fim das sanções e a ordem executiva anunciadas por Obama, que considerou ter a obrigação moral de retificar sua agressividade.

De acordo com o diplomata, além de desproporcional e intervencionista, semelhante decisão carece de argumentos críveis e bastaria uma olhada na história recente de ambos os países para mostrá-lo.

"Como pode uma nação que prioriza a cooperação e a solidariedade ameaçar a uma potência nuclear, de enorme poderio militar e econômico, e com uma política exterior agressiva", perguntou.

O diplomata adiantou que Caracas seguirá denunciando perante o mundo a absurda e repudiável posição do governo norte-americano contra a Venezuela.

Fonte: Prensa Latina