Rússia critica provocação do Congresso dos EUA    

Deputados russos consideraram, nesta terça-feira (24), um ato de provocação a resolução aprovada pela Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos que abre caminho ao fornecimento de armas para a Ucrânia, minando assim o processo de paz.
 

 

Congresso dos Estados Unidos

A Câmara pediu, na segunda-feira (23), que o presidente Barack Obama usasse as faculdades concedidas pelo Congresso para garantir armamentos letais à ex-república soviética, apesar das advertências, inclusive dos aliados europeus, sobre as consequências de uma escalada do conflito ucraniano.

“Tudo depende agora de Obama”, sustentou o responsável do Comitê de Relações Internacionais da Duma estatal, Alexei Puchkov, ao recordar que o chefe da Casa Branca chegou ao poder com a imagem de "presidente pacifista", mas não teve problemas para atiçar a guerra na Síria e continuar o conflito armado no Afeganistão.

Para o deputado Leonid Slutsky, do Comitê de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes, a proposta de ajuda militar à Ucrânia constitui uma provocação direta à Rússia.

Slutsky escreveu no Twitter que tal manobra socava os acordos de paz de Minsk-2 e pretende arrastar seu país ao conflito armado na nação vizinha.

Antes da reunião do chamado grande quarteto da Normandia, em fevereiro (Rússia, Alemanha, França e Ucrânia), a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês Francois Hollande, preveniram sobre as consequências de um eventual fornecimento de armas a Kiev para o processo de negociações entre as partes do conflito.

Na opinião do especialista Mikhail Troitsky, Obama conhece bem a posição do Congresso norte-americano, onde internamente essa questão tem sido objeto de troca política.

A decisão da Casa Branca dependerá de uma avaliação das possíveis variáveis na escalada do conflito ucraniano, no caso de proporcionar armas a Kiev, ponderou o especialista russo.

Troitsky alertou que uma provável resposta de Washington com dotações de sistemas antitanques, de meios de radiolocalização e aparelhos não tripulados, seria possível no caso de uma ofensiva das milícias de Donbass.

Fonte: Prensa Latina