Conselho de Economia: Governo deve elevar investimento e reduzir juros    

O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Paulo Dantas da Costa, afirma que reformas capazes de estimular os investimentos no longo prazo são essenciais para retomar o crescimento econômico nos próximos anos.
 

 

Inflação

Segundo Paulo, a taxa ideal de investimento para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira ficaria entre 26% e 27% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). No ano passado, porém, a taxa atingiu 19,7%.

Para ele, o nível de investimentos ainda é baixo para atender a demanda e gerar empregos. O presidente do Cofecon disse que os ajustes fiscais são necessários, mas comprometem as expectativas de crescimento para este ano. Ele adverte que qualquer estimativa sobre o crescimento este ano não passa de especulação “até porque existem fatores fora do nosso controle interferindo na economia brasileira, como o câmbio”.

Demanda reprimida

Paulo enfatiza que para compensar os efeitos recessivos do ajuste, o governo deveria encontrar maneiras de atrair os investimentos com recursos externos ou estimular o investimento privado. Segundo ele, a retomada dos investimentos ajudaria até a segurar a inflação. “O Brasil precisa criar condições econômicas que permitam novos investimentos. Sem investimentos, existe uma demanda reprimida que aparece na inflação [por falta de oferta]”, explica.

Ele destacou que o governo federal tem tomado decisões de política econômica de curto prazo, com base na conjuntura, mas deve se preocupar também com medidas no médio e no longo prazo. “Por isso, a retomada dos investimentos é tão importante”, conclui.

O presidente do Cofecon defendeu ainda a queda dos juros para estimular os investimentos. A redução dos juros, no entanto, deveria ocorrer de forma gradual para não pressionar a inflação. “Juros mais baixos incentivam o empresário a investir no setor produtivo e beneficiam as contas do governo porque reduzem o serviço da dívida pública, mas a calibragem deve ser feita com cuidado pelo Banco Central”, sugere.

Fonte: Agência Brasil